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Nostalgia Cinza

 



A história real em quadrinhos do assassino que inspirou Psicose, O Massacre da Serra Elétrica e O Silêncio dos Inocentes 

Ed Gein assassinou e desmembrou mulheres e, de forma particularmente macabra, arrombou túmulos e roubou cadáveres para confeccionar máscaras com suas peles, enfeites com seus membros e utensílios de cozinha com seus ossos. O assassino necrófilo assombrou os sonhos da América dos anos 1950 e mudou para sempre a cultura pop. Lançado recentemente pela DarkSide Books, Ed Gein conta a história do assassino de mesmo nome, nos quadrinhos. 

Como todo bom true crime, a história de Ed Gein nos faz refletir sobre o fascínio por histórias reais tão macabras, nos mostra o que pode existir por trás de tais atrocidades e questiona a forma como a sociedade abraça tão facilmente histórias de terror que custaram a vida de vítimas inocentes. 


Harold Schechter é um nome já bastante familiar para mim. Ele é especialista em crimes históricos, responsável por apresentar alguns dos maiores assassinos da história e é o nome por trás de publicações como Anatomia do Mal, Lady Killers Profile: Belle Gunness e H. H. Holmes: Maligno – O Psicopata da Cidade Branca. Harold Schechter é um mestre do true crime e poder ver seu trabalho na nona arte foi um deleite. Casos de assassinos em série sempre são complexos e trazem muitas camadas e Schechter consegue traduzir bem parte dessa realidade macabra para o leitor comum. 

Em pouco mais de 200 páginas, Harold Schechter consegue contar a história de um serial killer responsável por mudar completamente a cultura pop e a forma como a mídia transforma assassinos em celebridades, e essa narrativa ganha vida nas mãos do habilidoso quadrinista Eric Powell. 


Como fã de true crime e, claro, de quadrinhos, Ed Gein é um prato cheio. Foi uma das minhas primeiras experiências com o gênero adaptado aos quadrinhos e não poderia ter sido melhor. A edição da DarkSide Books, em capa dura, ainda vem com informações complementares sobre o processo de escrita do livro e coleta das informações que são apresentadas, traz trechos de entrevistas feitas para o livro e fotografias reais da época dos assassinatos e do julgamento. 


Para tornar a experiência ainda mais completa, a editora ainda enviou um impresso que simula uma página de jornal da época, mostrando como a mídia tratou o caso; três marcadores em um formato diferente, com imagens de algumas cenas retratadas no quadrinho; postais com fotografias da época, incluindo o momento da prisão de Ed Gein; e um envelope contendo "evidências" do crime. 

Como o filme ainda serviu de inspiração para um dos maiores clássicos da cultura pop, a DarkSide Books ainda me mandou um exemplar do livro Psicose, de Robert Bloch, em uma edição limitada e especial que já está sendo uma das minhas próximas leituras e será o filme da vez no Cine Pão de Queijo, com o grupinho do Catarse. 


Ed Gein, por Schechter e Powell, nos mostra a verdadeira face de um dos mais notórios e macabros assassinos da história dos Estados Unidos e não nos deixa esquecer das atrocidades que a mente humana é capaz de conceber. Uma história aterrorizante, que vale muito a pena ser lida.

Quer saber mais sobre um assassino notório da história dos Estados Unidos? Então saiba quem foi H.H. Holmes, o assassino da cidade branca:



Gosta do meu trabalho e quer apoiar de alguma forma? Conheça meu projeto no Catarse! Com esse apoio mensal é possível cobrir alguns custos para manter o trabalho, investir em equipamentos novos, pagar algumas continhas e dedicar mais tempo aos livros que tanto amo e quero apresentar para vocês ♥

11:11 No comments


 Caitlin Doughty, autora de Confissões do Crematório e Para Toda a Eternidade, chega com mais um livro para desmistificar a morte. Verdades do Além-Túmulo é uma leitura divertida, bem-humorada e maravilhosa. Saiba mais!

"Uma agente funerária não só pondera sobre a morte: ela também recebe incontáveis perguntas sobre o que nos espera no além. Ao longo de sua peculiar trajetória profissional, Caitlin Doughty ouviu centenas de dúvidas curiosas, engraçadas e bizarras. As melhores foram selecionadas em Verdades do Além-Túmulo, seu novo e esperado terceiro livro, que chega à DarkSide® Books em uma edição especial.

Inspirada pela curiosidade das crianças e dos adolescentes sobre a morte, a autora reuniu 34 perguntas e as respondeu com seu estilo único: técnico, informativo e absolutamente bem-humorado. O resultado é um livro divertido e instigante, que dá continuidade ao empenho da autora em desconstruir o tabu da morte e dissipar o silêncio que costuma permear o assunto, para que possamos ter uma relação mais saudável com nossas perdas, lutos e a memória dos nossos entes queridos.

De perguntas insólitas como “quando eu morrer, meu gato vai comer meus olhos?” ao dilema ético e imobiliário do corretor que precisa decidir como contar a um possível comprador que alguém morreu em uma casa à venda, Caitlin Doughty nos guia pelo universo que conhece como ninguém e, de quebra, nos convida a mergulhar no inevitável mistério da nossa existência.

Seguindo os passos furtivos de um gato que transita entre os vivos e os mortos, o mais recente lançamento da marca DarkLove — que publicou os outros títulos da autora, Confissões do Crematório (2016) e Para Toda a Eternidade (2019) — é uma celebração à curiosidade humana sobre a morte, comprovando a eternidade sempre viva de seus insondáveis mistérios."

FICHA TÉCNICA
Título: Verdades do Além-Túmulo
Autora: Caitlin Doughty
Ano: 2020
Páginas: 224
Idioma: Português
Editora: DarkSide Books
Nota: 4,5
Compre: Amazon
Comprando por esse link você ajuda e incentiva o Nostalgia Cinza
LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA

Caitlin Doughty é uma agente funerária e escritora americana. Personalidade do YouTube, é conhecida por defender a aceitação da morte e a reforma das práticas da indústria fúnebre ocidental. É a criadora da web série "Ask a Mortician", fundadora do grupo The Order of the Good Death (que junta profissionais, acadêmicos e artistas para falar sobre a mortalidade. Em Verdades do Além-Túmulo, ela reúne algumas das perguntas mais comuns que recebeu sobre a morte e as transformou em um livro.


Confissões do crematório é um dos meus livros favoritos e, desde que o li pela primeira vez, nunca mais deixei de acompanhar o trabalho de Caitlin Doughty. Já falei um pouco sobre o livro que trouxe a fama para a autora e também sobre Para Toda a Eternidade, segundo livro lançado por ela, que aborda como diversas culturas, ao redor do mundo, lidam com a morte. Então as expectativas estavam altas para Verdades do Além-Túmulo e fiquei bem feliz em ter acesso a mais do universo de Caitlin Doughty, de um jeito tão extrovertido e despretensioso. 

Caitlin Doughty aborda essa questão já no começo do livro, quando comenta como as respostas mais curiosas e diretas que ela recebe a respeito da morte vêm justamente de crianças. Não pude deixar de pensar em como, com o passar dos anos, somos moldados a não abordar temas sensíveis, mesmo que eles digam respeito a algo inevitável: a morte. Como ela mesma diz, “conforme as pessoas crescem, internalizam essa ideia de que querer saber da morte é “mórbido” ou “estranho”. Ficam com medo e criticam o interesse dos outros no assunto para não precisar enfrentar a morte.”. E ela não poderia estar mais correta. 


Caitlin Doughty, por meio de seu conhecimento e experiência, aborda o assunto por diversas frentes. Como agente funerária, ela explica didaticamente para o leitor questões relacionadas aos cadáveres e processos de decomposição, embalsamento, piras funerárias etc. Por vivência, ela compartilha experiências pessoais e existenciais a respeito da lida com a morte, seja dela, seja de pessoas com as quais ela teve contato ao longo dos anos. Ela busca não apenas fazer com que a morte seja um assunto mais falado e pensado, mas Doughty também traz informações de forma acessível e didática, para ajudar a diminuir o medo do desconhecido, que aflige a maior parte das pessoas que se recusa a pensar na morte. Nas palavras de Caitlin Doughty, “Muitas pessoas, inclusive eu, acreditam que podemos controlar parte dos nossos medos abraçando a morte, aprendendo sobre ela e fazendo o máximo de perguntas possível.” 

“Sendo justa, a morte é difícil! Nós amamos uma pessoa, daí ela vai e morre. Às vezes, a morte pode ser violenta, repentina e insuportavelmente triste. Mas também é realidade, e a realidade não muda só porque você não gosta dela.” Página 13


Uma das características que mais adoro na escrita de Caitlin Doughty é o humor intrínseco ao seu texto. Mesmo em Confissões do Crematório, quando ela falava sobre alguns dos momentos mais difíceis de sua vida, entrando em assuntos bem existencialistas, ela nunca deixou de lado sua linguagem irônica e bem-humorada. E, quando um autor se propõe a esmiuçar temas como a morte, decomposição de corpos, práticas de embalsamentos, dentre outros, conseguir prender o leitor por meio da graça e do humor é algo primoroso. É uma estratégia abordada também em outro livro favorito, Medicina Macabra, e é uma das coisas que me faz indicar esses livros para pessoas de diversas idades e bagagens literárias. 


Olhar para a temática da morte significa olhar para alguns dos maiores medos e anseios da existência humana. Significa aceitar um fato e uma das únicas certezas que temos, ao mesmo tempo em que significa ter que abrir mão do controle e da insegurança sobre o pós-morte. E é aqui que entra a ciência, a religião, a espiritualidade, os medos, as angústias, a incerteza. E nem todos estão dispostos a mergulhar em tamanhas reflexões ou abrir mão do controle sobre as próprias certezas. 

Se você, assim como eu, busca por qualquer oportunidade para refletir um pouco sobre qualquer coisa, desde devaneios mais banais até verdadeiras aflições existenciais, vai se divertir e se encantar por Verdades do Além-Túmulo. Mesclando ciência e humor, Caitlin Doughty diverte e informa o leitor de uma forma única. 


Verdades do Além-Túmulo é um livro divertidíssimo e muito rápido de ser lido. Com capítulos divididos em explicações para as perguntas, não passando de 6 páginas cada, o livro é um desses que pode muito bem ser lido em uma sentada. Em Verdades do Além-Túmulo você vai aprender conceitos como livor mortis e rigor mortis, entender como funciona o processo de cremação de um cadáver, além de curiosidades mórbidas e hilárias sobre dúvidas envolvendo a morte. 

No penúltimo capítulo do livro, Caitlin Doughty ainda traz algumas respostas rápidas para perguntas que não ganharam capítulos próprios porque precisam apenas de explicações mais curtas. É uma maneira de enriquecer ainda mais o conteúdo do livro, ao mesmo tempo em que vai chegando a um desfecho. 


Verdades do Além-Túmulo foi um livro originalmente escrito para crianças e isso só mostra como Caitlin contribui para a desmistificação da temática da morte para leitores curiosos e pais compreensíveis desde cedo. Pensando nessa preocupação em tornar o livro acessível, sem chocar ou traumatizar crianças e jovens, Caitlin Doughty traz, ao final do livro, uma pequena entrevista com uma amiga e psiquiatra de crianças e adolescentes. Na entrevista elas discutem as melhores formas de abordar a temática da morte com crianças, além de outras questões envolvendo a curiosidade dos pequenos, trato em relação ao tema e muito mais.

Em uma sociedade que fecha os olhos para a morte e tudo aquilo que foge minimamente ao controle, é cada vez mais importante pensar e questionar o assunto. Porque ressignificar a morte significa ressignificar a maneira como vivemos a vida. 

Aproveite para conhecer outro livro da autora: Para Toda a Eternidade!

“Não podemos fazer a morte ficar divertida, mas podemos fazer o aprendizado sobre ela ser divertida. A mente é ciência e história, arte e literatura. Faz pontes entre todas as culturas e une toda a humanidade.” Página 13


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12:58 No comments



Se encantar por uma série é um dos maiores prazeres na vida de um leitor. Descobrir que, a cada volume, a história consegue ficar melhor é um bálsamo pouco comum e muito precioso.  Rastro de Sangue é uma das minhas séries favoritas e no terceiro volume, O Grande Houdini, Kerri Maniscalco mostra exatamente o porquê. Saiba mais! 

"Audrey Rose Wadsworth está pronta para mergulhar em mais um mistério. A jovem investigadora retorna ainda mais experiente e sagaz desde que começou a utilizar seus conhecimentos em medicina forense para solucionar crimes sombrios. Não bastasse seu envolvimento direto com o grotesco caso de Jack, o Estripador, ela ainda deu o sangue em uma investigação sinistra no coração da Romênia.

Agora, ela e seu parceiro — na vida e no crime — Thomas Cresswell embarcam no opulento transatlântico RMS Etruria para auxiliar na investigação de mais um caso, e logo coisas começam a acontecer. Somos então levados para o meio de um circo itinerante, belo e bizarro, capaz de arrancar muito mais do que aplausos da plateia por suas atrações fantásticas.

Mefistófeles, o jovem mestre de cerimônias, parece não dizer tudo que sabe. Os videntes e acrobatas também buscam disfarçar a verdade entre cartas marcadas e saltos mortais. É nesse cenário insólito que o jovem Houdini brilha como poucos. Carismático, ele conquista qualquer multidão por onde passa. Quando corpos começam a surgir pelo navio, posicionados de forma a imitar as ilustrações centenárias das cartas de tarô, todas as suspeitas se voltam para o grupo de artistas tripulados. Um mistério arrebatador no meio do oceano Atlântico do qual o leitor e o grande culpado não poderão escapar."

FICHA TÉCNICA
Título: O Grande Houdini
Autora: Kerri Maniscalco
Ano: 2020
Páginas: 416
Idioma: Português
Editora: DarkSide Books
Nota: 5
Compre: Amazon
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA

Em Jack, o Estripador somos apresentados à Audrey Rose e conhecemos a fundo essa protagonista incrível, ao mesmo tempo que temos acesso ao seu primeiro envolvimento na investigação de crimes horrendos. Em Príncipe Drácula temos uma dinâmica ainda mais explorado entre Audrey e Thomas, e somos fisgados de forma ainda mais intensa pela escrita de Kerri Maniscalco. Já em O Grande Houdini, temos acesso ao que essa série traz de melhor: mistério, romance, investigação, tudo embrulhado em ambientações apaixonantes e enredos arrebatadores. 

“A tarde de ano-novo a bordo do Etruria começou como um conto de fadas, o que foi o primeiro indício de que um pesadelo andava à espreita no horizonte, esperando, como fazem os vilões, por uma oportunidade de atacar.” Página 13


Assim como nos livros anteriores, a história não demora a começar e o primeiro capítulo já nos deixa com um belíssimo cliffhanger. Kerri Maniscalco tem uma habilidade ímpar de prender o leitor do início ao fim, explorando os dilemas da protagonista, seu olhar apurado e desconfiado para com os acontecimentos ao seu redor, sua percepção do ambiente, a própria ambientação e os personagens coadjuvantes que ganham a cena e deixam o leitor querendo mais. 

Audrey Rose é uma das minhas protagonistas favoritas porque ela reúne algumas das características mais interessantes, aos meus olhos: é inteligente, à frente do seu tempo, decidida, aventureira, instigante e intrigante. Audrey Rose questiona, de forma constante, o papel da mulher na sociedade vitoriana, sendo ela própria uma mulher disposta a quebrar paradigmas e escrever uma história que foge dos padrões. 


Audrey Rose e Thomas Cresswell também são um dos meus casais favoritos dos últimos tempos. Kerri Maniscalco construiu uma dinâmica irresistível entre os dois jovens e é difícil não se sentir completamente fisgada pela química do par. Ambos são personagens que destoam bastante, com personalidades bem marcantes, mas que funcionam muito bem juntos, tanto como casal, quanto como protagonistas. 

É muito interessante observar como um estimula o outro, como ambos são peças-chave em um enredo que mistura mistério, investigação e romance. Thomas também é bem à frente de seu tempo e não é nem um pouco difícil entender porque ele vem se tornando um dos queridinhos dos leitores. Com seu par romântico, Kerri Maniscalco cria uma perfeita relação de parceria que também serve de inspiração não apenas para leitores, mas para escritores que buscam criar histórias de amor atemporais. 


Mesmo sendo um livro com descrições explícitas sobre cadáveres, assassinatos e ter uma atmosfera de suspense, é um livro também claramente pensado para um público mais jovem. Por isso fico cada vez mais satisfeita em ver protagonistas principalmente femininas sendo retratadas e pensadas da forma que Audrey Rose é. É realmente bem empolgante pensar que o futuro da literatura tem tudo para ter cada vez mais personagens femininas fortes, independentes, inteligentes e envolventes assim. 

“”Nunca, nunca desista de você por alguém, Audrey Rose. A pessoa certa vai querer você exatamente como é. E se não quiser?”. Ela fingiu a balançou a cabeça. “Esqueça-a”.” Página 258


Kerri Maniscalco tem uma habilidade ímpar de usar figuras icônicas e elementos históricos para criar uma narrativa absurdamente irresistível. Assim como nos dois volumes anteriores, ao final do livro ela mesma explica algumas liberdades poéticas que tomou durante a criação da história, explica as ideias por trás de algumas das escolhas narrativas e que dizem respeito ao desenvolvimento dos personagens, corrige algumas imprecisões e alterações feitas em prol do livro e mostra como ela sabe exatamente o que está fazendo. 

O único elemento negativo que tenho a pontuar é que esperava que o ícone que dá nome ao livro aparecesse com mais frequência na narrativa e tivesse sido mais explorado. Gosta bastante da forma como Maniscalco usa da atmosfera dos livros da série como catalisador para o desenvolvimento da protagonista, mas em O Grande Houdini, em específico, gostaria de ter tido mais acesso a esse personagem, ainda mais levando o contexto que a autora conseguiu explorar. 


Kerri Maniscalco acerta em cheio, mais uma vez, ao escolher figuras, histórias e lendas como Jack, o Estripador, Drácula e Houdini e entregar para o leitor narrativas repaginadas. A autora sabe muito bem como usar o que existe de mais icônico em cada uma dessas figuras e, ao mesmo tempo, criar histórias únicas e completamente surpreendentes. No limiar entre a ficção e a realidade, Maniscalco desenvolve um enredo viciante e que poderia muito bem se estender por muitos volumes ainda. 

O Grande Houdini eleva ainda mais o nível da série Rastro de Sangue e não posso deixar de ficar nostálgica por saber que o próximo volume será o último. O Grande Houdini Ã© o terceiro livro dessa série e já mal posso esperar para o quarto e último volume, onde seremos apresentados ao assassino da cidade branca. E, caso queira saber mais sobre essa figura icônica, confira a resenha de H.H. Holmes!

“Eram uma família de almas rejeitadas, perdidas até que encontraram um lar uns com os outros. Descobrir que o monstro que tão desesperadamente tentavam manter afastados de sua realidade entrava entre eles iriam destruí-los. Uma família escolhida que lidava com sonhos e tinha se envolvido com um pesadelo. Senti uma dor no peito. Não queria partir o coração de nenhum deles, mas não podia ignorar os crimes.” Página 309






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16:27 1 comments

 



Sabe aquelas histórias que chegam de mansinho e acabam nos conquistando desde a primeira página? Pois é. Recentemente descobri uma história em quadrinhos que conquistou meu coração e me deixou sorrindo de orelha a orelha.

Sebastian é o príncipe herdeiro da Bélgica. Ele está em busca de uma esposa ― ou melhor, seus pais estão cuidando disso para ele. Sebastian, na verdade, está mais ocupado escondendo seu segredo de todos: à noite, ele coloca vestidos ousados e sai pelas ruas de Paris como a fabulosa Lady Crystallia, o ícone fashion da capital da moda. Tal façanha é graças ao belíssimo trabalho de Frances, sua melhor amiga e costureira, e uma das duas únicas pessoas que sabem a verdade. Mas Frances sonha com a grandeza e o reconhecimento, e fazer os vestidos de Lady Crystallia significa viver à sombra de um segredo para sempre…

Falei sobre essa HQ no último vídeo postado lá no canal. Vai lá descobrir porque esse quadrinho é tão maravilhoso e porque gostei tanto.


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05:24 No comments


 Psicopata Americano foi um filme que deixou sua marca no imaginário popular. Agora a DarkSide Books traz, em uma edição de luxo, o livro que inspirou essa história polêmica e aterrorizante. Saiba mais na resenha de Psicopata Americano!

"Patrick Bateman é um sujeito aparentemente invejável. Jovem, bonito, bem-nascido com boa educação, ele trabalha em um conhecido banco de investimentos em Wall Street, enquanto passa as noites entre jantares, boates e festa particulares, regadas com todos os aditivos inerentes ao lado mais sombrio da vida noturna de Nova York no final dos anos 1980. Bateman, porém, tem alguns segredos bem guardados. Por trás da fachada de normalidade, possui o instinto de um serial killer, com toda a torpeza, degradação, asco e repulsa que um psicopata consegue provocar.

Formado em Exeter e Harvard, Bateman também é gourmand, entusiasta do bronzeamento artificial e de infindáveis tratamentos estéticos, implacável crítico de moda e consumidor ávido das últimas traquitanas tecnológicas de então, como aparelhos de som 3x1 e videocassete. Mora em um luxuoso apartamento no Upper West Side, em Manhattan, onde é vizinho do astro de Top Gun, Tom Cruise. No romance, acompanhamos os dias e noites de Bateman, que seriam banais, não fossem os crimes abjetos e sem razão aparente que ele comete, de maneira que não conseguimos compreender. Sem remorso. Sem piedade. Contra mulheres. Contra mendigos. Contra músicos de ruas. Contra colegas. Contra crianças. Expressando seu verdadeiro eu por meio de tortura e assassinato, Bateman prefigura um horror apocalíptico que nenhuma sociedade suportaria encarar. Uma violência represada, escondida, inaudita, porém insistentemente presente na sociedade norte-americana, como o autor sugere ao descrever o programa de TV favorito do protagonista, The Patty Winters Show, que apresenta trivialidades (como dicas de beleza da princesa Diana), sensacionalismo (“Adolescentes que trocam sexo por crack”) e horror real (assassinos de crianças e neonazistas)."


FICHA TÉCNICA
Título: Psicopata Americano
Autor: Bret Easton Ellis
Ano: 2020
Páginas: 432
Idioma: Português
Editora: DarkSide Books
Compre: Amazon
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA
CONTEÚDO ADULTO


ATENÇÃO: Optei por não dar uma nota ao livro porque geralmente a história e minha experiência com o livro influenciam bastante no meu critério e não me senti confortável para dar uma nota para Psicopata Americano porque 1) se eu colocasse uma nota baixa, as pessoas poderiam ter a impressão de que apenas é um livro ruim, o que não é; 2) se eu colocasse uma nota alta, sentiria como se estivesse validando ou dizendo que gostei da história e do que ela traz, o que está longe de ser verdade. Então decidi trazer uma resenha extremamente objetiva e com avisos importantes de que o livro é um dos mais fortes que já li, mais violentos e angustiantes. O livro contém gatilhos de violência, estupro, abuso, racismo e linguagem forte. 


O mito de Narciso já foi incorporado de diversas formas ao longo da história. A referência de um homem que, de tão arrogante e orgulhoso, se apaixona por seu próprio reflexo, já foi reiventada e reimaginada por diversos autores e reapresentada em algumas das histórias mais marcantes da cultura pop. Psicopata Americano sempre foi uma referência quando pensava em um perfeito exemplo de narcisismo e, com o livro, isso fica ainda mais claro. 

Em meados da década de 80, já no final da Guerra Fria, com o capitalismo se tornando mais agressivo e o ideal do "sonho americano" como referência no mundo todo, temos Patrick Bateman como protagonista em Psicopata Americano. Narcisista, consumista, preconceituoso, misógino, arrogante e rico, Bret Easton Ellis faz uma belíssima crítica ao usar Bateman para representar os estereótipos da época de um jeito perturbador.


Psicopata Americano é um terror arrepiante, mas o que mais assusta é o fato de o livro ser mais atual do que nunca. A maior parte do livro contém descrições de produtos, roupas, penteados, marcas e tudo aquilo que possa ser usado para descrever, superficialmente, uma pessoa e o que ela tem. O protagonista enxerga o mundo por meio das lentes do capitalismo e as pessoas e coisas só tomam forma aos seus olhos se estiverem embrulhados em marcas caras e representações de luxo e ostentação. 

A partir daí já conseguimos entender porque Psicopata Americano ainda é um livro extremamente atual. Em determinado capítulo, temos quase duas páginas apenas com a descrição detalhada dos exercícios que Patrick executa na academia, quantas séries e com qual objetivo. O externo nunca foi tão necessário para se sentir bem consigo mesmo e, infelizmente, essa é uma característica que não se restringe à ficção, ainda mais na era das redes sociais.


Em sua narração durante seus trajetos pela cidade, Patrick Bateman sempre menciona os grandes luxos de Nova York mas também sempre pontua os “mendigos” e pessoas em situação de rua com deboche e violência. O contraste fica nítido e é importante salientar como o protagonista se sente incomodado a ponto de mencionar essas pessoas, mas não se dar ao trabalho de descrever características físicas de amigos e conhecidos, por exemplo. As cenas envolvendo essas pessoas em situação de rua são algumas das mais angustiantes e aterrorizantes de todas. 

Bret Easton Ellis sabe como deixar o leitor tenso a todo momento. Mesmo que por quase um quarto do livro não exista nenhuma descrição violenta ou nenhum ato violento cometido pelo protagonista, ficamos no limiar da tensão, apenas esperando o momento em que Patrick Bateman revelará suas facetas malignas e sociopatas. Quando isso começa a acontecer, em diversos momentos é necessário fazer uma mais que necessária pausa na leitura, principalmente a partir da metade do livro. Psicopata Americano se torna cada vez mais explícito e os acontecimentos vai se desdobrando com mais rapidez e crueldade. 


A escrita de Bret Easton Ellis é um deleite para quem gosta de estudar estruturas narrativas e fluxo de pensamento. O autor sabe exatamente quais recursos usar para fazer o leitor sentir exatamente o que ele quer e colocar o leitor na pele de Patrick Bateman. Enxergar a história através das lentes do capitalismo é uma forma de fazer com que entendamos a forma como o mundo de Bateman funciona. 

A falta de pontos finais ou enormes blocos de texto, sem divisão de parágrafos, em determinados capítulos faz com que o leitor sinta o ritmo frenético da mente do protagonista quando ele vive um frenesi. Começar alguns capítulos específicos sem letras maiúsculas e terminá-los no meio de uma frase deixa o leitor tão perdido em relação à cronologia de alguns fatos e dias quanto o próprio Patrick Bateman. E isso se torna cada vez mais frequente a partir da segunda metade do livro, quando o protagonista começa a mergulhar em um intenso frenesi e se torna impossível dizer com certeza o que é fato e o que é delírio. 


Psicopata Americano é um livro bem forte e difícil de digerir. A escrita de Bret Easton Ellis é impecável, mas a narrativa em si pode ser difícil para muitos públicos, principalmente no que diz respeito às descrições, em primeira pessoa, de violências brutais e explícitas. É um livro que com certeza ficará na minha mente por muito tempo. 

Gostou da resenha e quer conhecer outro livro envolvendo serial killers? Então confira a resenha de Lady Killers!


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10:10 No comments

 

Há algum tempo não lia um livro que me prendesse do início ao fim da forma como O Silêncio da Casa Fria. Um achado da DarkSide que vem para conquistar os leitores sedentos por histórias arrepiantes. Um dos melhores e mais interessantes livros que li nos últimos tempos. Saiba mais!

"Quando Elsie perdeu o marido apenas algumas semanas após o casamento, achou que já tinha sofrido o suficiente para uma vida inteira. Praticamente sozinha em uma casa enorme e isolada, ela jamais imaginou que os companheiros silenciosos — painéis de madeira que imitavam pessoas em atividades cotidianas —, um dia, seguiriam seus movimentos com os olhinhos pintados. Muito menos que eles apareceriam por conta própria em cômodos aleatórios…

Acenda uma vela e nos acompanhe na escuridão. A DarkSide® Books pavorosamente apresenta O Silêncio da Casa Fria, o novo lançamento da linha DarkLove: uma história sombria, sinistra e gelada — um verdadeiro tributo aos romances góticos clássicos que tanto amamos.

Para escrever este livro, a autora Laura Purcell se inspirou em um costume europeu popular nos séculos XVIII e XIX, especialmente entre os ingleses e holandeses. Nele, famílias aristocráticas pregavam peças com tábuas de madeira ricamente pintadas e esculpidas. Criados, soldados, plantas, animais… e, aqui, uma criança estranhamente familiar, com um sorriso travesso e uma rosa branca na mão.

Com uma habilidade narrativa que transporta o leitor para a época vitoriana — e suas densas neblinas, costumes peculiares, a tão presente discussão entre a ciência e o sobrenatural —, Laura Purcell desenrola uma trama cheia de nuances enquanto Elsie vai abrindo as portas da casa para tentar desvendar o mistério dos companheiros — e também do seu passado. O tempo, às vezes, demora a passar no silêncio da casa fria.

Com a atmosfera lúgubre típica das histórias de fantasma vitorianas, O Silêncio da Casa Fria honra os melhores contos góticos. A história de uma mulher confrontada com um medo irracional, que coloca em xeque sua própria sanidade. Estaria Elsie vendo coisas como forma de dar sentido ao luto? Ou realmente havia algo sobrenatural morando sob o mesmo teto que ela?

Algumas portas devem permanecer trancadas."


FICHA TÉCNICA
Título: O Silêncio da Casa Fria
Autora: Laura Purcell
Ano: 2020
Páginas: 288
Idioma: Português
Editora: DarkSide Books
Nota: 5/5
Compre: Amazon
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA


Já nas primeiras páginas, O Silêncio da Casa Fria me lembrou bastante A Paciente Silenciosa, ao começar a narrar a história em um hospício, com uma paciente que tem dificuldade em falar e de se expressar sobre os acontecimentos que a levaram até ali. Elsie é uma mulher que passou por mais traumas do que qualquer um seria capaz de suportar, mas se ela ousar contar a verdade, é possível que realmente seja considerada louca. E o leitor é convidado a vivenciar a história pelos olhos de Elsie da forma mais intensa possível. 

“Não havia jornais na sala comunitária - pelo menos, não quando ela recebia permissão para estar lá -, mas os boatos conseguiram se infiltrar por debaixo das portas e através das rachaduras nas paredes. As mentiras dos jornalistas chegaram ao hospício muito antes dela. Desde que havia acordado naquele lugar pela primeira vez, recebera um novo nome: assassina.” Página 13

A história é construída levando em conta três linhas do tempo diferente. Começamos com o momento presente, em que Elsie está internada em um hospital psiquiátrico; um momento anterior, em meio ao desenrolar dos acontecimentos que a levaram até o hospital; e um momento passado, 200 anos antes, contado no diário de uma das ancestrais da família Bainbridge, que morou na mesma casa que Elsie precisou chamar de lar, mas que se mostrou tudo, menos acolhedora. 

Ao longo de toda a leitura, a sensação de fogo é latente. Devido ao contexto da história e as várias menções a madeiras, fósforos, incêndios, fogueiras, o passar de páginas é quase um crepitar de chamas. Mesmo em cenas arrepiantes, que deveriam gelar o corpo, é possível sentir um calor horripilante. O fogo está presente mesmo quando não é escrito. E a edição do livro também não nos deixa esquecer. Além da folha de guarda que imita um papel de parede queimado, as chamas em algumas páginas do miolo também nos relembram o tempo todo da importância que o fogo tem para a história.

“A carruagem atravessou a ponte. A água gorgolejava ali embaixo, parecendo rir de sua desgraça. Havia alguma coisa errada na Ponte. Em Londres, ela aprenderá a desdenhar do medo como uma bobagem, mas agora que estava de volta podia senti-lo, rastejando, serpenteando. Uma coisa escura e perdida, tocando até as raízes das plantas que cresciam no jardim. Não era só o passado, aqueles estranhos acontecimentos no diário de Anne Bainbridge de que Sarah falava. A própria estrutura da casa era malévola. Elsie podia encarar a fábrica de fósforos onde havia sofrido quando criança, mas esse... esse lugar lugar a deixava nervosa.” Página 205

Laura Purcell nos deixa no limiar da desconfiança do começo ao fim do livro de uma forma que poucos autores conseguiram fazer comigo nos últimos tempos. Até a última página ficamos em dúvida não apenas em relação ao desfecho, mas à veracidade dos acontecimentos. Como eles são contados em primeira pessoa, em todos os momentos da narrativa somos obrigados a nos questionar se o que está sendo narrado é real ou fruto da loucura. 

Gosto de livros que conseguem manter a qualidade do enredo do início ao fim e é sempre uma belíssima surpresa quando o desfecho consegue fechar a história com chave de ouro e é exatamente o que acontece com O Silêncio da Casa Fria. O livro que já é muito bom termina de um jeito que fará até o leitor mais desconfiado e astuto se surpreender. 

Estou me interessando cada vez mais por livros que se passam na era vitoriana e a DarkSide parece que tem escolhido apenas os melhores do tipo para publicar. O Silêncio da Casa Fria traz todas as características de um belíssimo romance gótico. 

Como mencionado no post da editora sobre a publicação do livro, "para elaborar o contexto e o toque gélido de O Silêncio da Casa Fria, a autora leu o máximo de histórias de fantasmas e romances góticos que conseguiu, tentando aprender com os autores que magistralmente evocam uma atmosfera assustadora para seus textos, como Susan Hill, Shirley Jackson, Daphne Du Maurier and Philippa Gregory. Também realizou pesquisas do período inicial do reinado Stuart, além de estudos detalhados sobre a Era Vitoriana". O Silêncio da Casa Fria realmente é um livro muito bem trabalhado e pensado, com um enredo redondinho e cativante. Um dos melhores livros lidos nos últimos tempos. 

Gostou da resenha e quer conhecer outro título de terror? Então conheça A Metade Sombria!

“Os outros pacientes, os auxiliares, até os enfermeiros, quando achavam que ninguém iria ouvir, torciam a boca e arreganhavam os dentes ao pronunciar a palavra com avidez. Assassina. Como se quisessem assustá-la. Logo ela.” Página 13



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Laura Brand. Editora, jornalista, produtora de conteúdo e apaixonada por contar histórias. É apaixonada por livros e acredita que cada página guarda uma história incrível que merece ser contada. Atualmente você pode encontrá-la falando sobre narrativas por aí, contando histórias escritas e ajudando a transformar sonhos em livros.

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