facebook google twitter tumblr instagram

Pages

  • Início
  • Sobre
  • Resenhas
  • Cotidianos
  • Devaneios
  • Mercado editorial
  • Parcerias
  • Contato

Nostalgia Cinza

 


O Nostalgia Cinza começou como um blog literário apenas como hobby, mas foi crescendo e fui descobrindo formas de falar sobre livros no YouTube, Instagram, em uma Newsletter própria e, mais recentemente, na Twitch. Com os anos passei a conseguir trabalhar com livros de diversas formas, desde a produção e edição deles até a divulgação de alguns dos meus títulos favoritos ♥

Criei um espacinho no Catarse para conseguir me dedicar cada vez mais ao trabalho como criadora de conteúdo literário e para me aproximar ainda mais da comunidade de leitores incríveis que conheci ao longo dos anos na internet. Comunidade essa, inclusive, que me deu coragem pra criar esse projeto e tirar mais algumas ideias loucas do papel 📚

Com esse apoio mensal é possível cobrir alguns custos para manter o trabalho, investir em equipamentos novos, pagar algumas continhas e dedicar mais tempo aos livros que tanto amo e quero apresentar para vocês.

Se você não tiver condições de me apoiar por lá, não tem problema. Fico feliz só com a intenção e te convido a acompanhar e engajar no conteúdo que posto nas minhas redes sociais, só isso já é uma ajuda enorme! ✨

Animada com mais esse projetinho que está indo pro mundo e já me sentindo muito grata 🥰

Se quiser conhecer o projeto, acesse ➡️ catarse.me/nostalgiacinza

11:33 No comments

 


Já comentei algumas vezes que 2022 está sendo meu ano de organização e planejamento. Minha rotina está cada vez mais estabelecida e já compartilhei algumas ferramentas que têm me ajudado a tornar isso possível.

Uma das ferramentas que compartilhei chamou a atenção de vocês principalmente lá na Twitch, onde comento bastante sobre ela. A planilha que uso foi disponibilizada pela Book Roast neste vídeo e é feita usando o método CAWPILE. Mas, afinal, o que é CAWPILE?

CAWPILE é um método de avaliação de livros. A ideia do CAWPILE é ajudar a avaliar o livro com base em alguns critérios: personagens (Characters), ambientação (Atmosphere), escrita (Writing Style), enredo ou trama (Plot), envolvimento (Intrigue), lógica (Logic) e prazer ou divertimento (Enjoyment).  

Para cada um dos critérios o leitor dá uma nota de 1 a 10 e, para chegar na nota geral do livro, é preciso fazer uma média: somar as notas dos critérios e dividir por 7. O número final seria a nota mais assertiva. A lógica é:

1.1-2.2 = ⭐

2.3-4.5 = ⭐⭐

4.6-6.9 = ⭐⭐⭐

7-8.9    = ⭐⭐⭐⭐

9-10     = ⭐⭐⭐⭐⭐

Cada um pode usar o método da forma que achar melhor, seja para avaliar melhor os livros em plataformas como Goodreads e Skoob, seja para criar conteúdo sobre livros ou apenas para ter um entendimento melhor de como viveu a experiência de ter lido um livro. 

Esse método tem me ajudado bastante a entender as notas que antes eu dava de forma mais intuitiva, me ajuda a pensar mais a fundo em elementos do livro e da história e tem sido um belo registro das minhas leituras, ainda mais usando uma planilha que calcula tudo automaticamente. 

Venho usando a planilha tanto para guardar as leituras à medida que vou montando minhas TBRs, quanto para registrar livros que vou tendo contato à trabalho, mas que não posso marcar no Skoob ou Goodreads porque são confidenciais ou ainda não foram lançados. Assim consigo ver perfeitamente quando li o livro, o que avaliei nele e diversas outras informações que são englobadas pela planilha.

Uma das partes mais legais é que, como a planilha é toda automatizada, ao final do ano, poderei ter uma visão enorme sobre as leituras com gráficos e estatísticas (alô conteúdo futuro). Ao lado dessa planilha venho descobrindo cada vez mais ferramentas de organização e registro e está sendo uma experiência incrível tanto como leitora, quanto como pessoa que trabalha e vive os livros. 

E aí? Já conhecia o método CAWPILE ou ficou interessado? ♥

Participe do grupo exclusivo no Telegram para ter acesso a conteúdos exclusivos sobre o mercado editorial, literatura e ainda fica à par dos lançamentos mais aguardados ♥

09:18 No comments


É impressionante como aquela sensação de frio na barriga nos acompanha durante toda a vida né? Com quase 10 anos criando coisas na internet e jogando projetos no mundo eu ainda me sinto extremamente ansiosa com cada nova ideia que decido compartilhar. É óbvio que algo tão importante na minha vida profissional não poderia ser diferente. 

Há algumas semanas compartilhei que agora, além do trabalho na Wish e nos meus próprios canais, também sou dona de uma editora de quadrinhos. Estou realizando um sonho enquanto tento me acostumar à ideia de ter dado um passo tão grande assim. Ao lado de outros quatro nomes do mercado editorial, surgiu a Moby Dick, como a realização de um profundo desejo de levar cada vez mais histórias e experiências por meio dos livros. 

E na última semana demos um passo importante para que isso acontecesse e o primeiro filhote da Moby Dick mergulhou nas águas do financiamento coletivo. E que delícia ver quanta gente topou esse mergulho com a gente. 

Book Tour, a história de um escritor que vê a turnê de divulgação do seu livro se tornar um pesadelo após alguns estranhos desaparecimentos, já convenceu mais de 240 pessoas a apoiarem a primeira campanha da nossa editora de quadrinhos que vem sendo tão bem acolhida desde o anúncio. Ainda tento me acostumar com a ideia de fazer parte de algo tão grande e bonito assim. Já participei de outras campanhas e é sempre uma experiência temperada pela adrenalina, mas estar À frente de uma é mais um chamado para o frio na barriga que abriu esse texto. 

Se eu achava que os últimos dois anos haviam me ensinado muito a respeito do trabalho com livros, mal podia saber o quão enriquecedor seria o ano de 2022. Sou eternamente grata a todo mundo que deu seu voto de confiança em mim, em nós, na Moby Dick, e nas histórias que queremos apresentar. 

Aproveito para convidar você, leitor que está correndo os olhos por esse texto, a conhecer nossa campanha e, quem sabe, fazer parte dessa história também. Se tudo acontecer como sonhamos e estamos trabalhando arduamente para acontecer, garanto que terá sido um prazer ser uma das primeiras pessoas a assinar esse capítulo ♥

Você pode saber mais sobre a campanha clicando na imagem abaixo ou clicando aqui. 


Participe do grupo exclusivo no Telegram para ter acesso a conteúdos exclusivos sobre o mercado editorial, literatura e ainda fica à par dos lançamentos mais aguardados ♥
05:29 No comments


Sabe aqueles livros que estão parados na sua estante há um bom tempo? Sabe aquele tanto de ebook gratuito que está parado no seu Kindle? Sabe aquelas promos que você não resistiu, mas acabou acumulando livros não lidos? Chegou a Maratona Desencalha os Livros para mudar isso aí 💥

Pensando em todos aqueles livros que estão parados só esperando a hora de serem lidos, idealizei a Maratona Desencalha os Livros. A ideia é, durante um mês inteiro, se dedicar àqueles livros que estão encalhados. Não precisa se dedicar só a eles, sei que temos vários lançamentos legais saindo, mas a ideia é priorizar aqueles livros que já estão aí com você. Assim você se motiva a economizar, a dar um gás nas leituras e sente que está fluindo com os livros que você gostaria de ter lido há algum tempo. 

A maratona começa no dia 05/04, terça-feira, e vai durar o mês inteiro, até 30/04. Para participar, basta escolher um dos times da maratona e preencher o formulário: clique aqui. 

Conheça os times da maratona: 


TIME: O SURTO VEIO 💥

- Um livro físico

- Um livro que você nem lembra mais de onde veio 

- Um que você comprou no impulso 


TIME: UM DIA VAI 🙏🏼

- Um ebook gratuito 

- Um livro que foi presente 

- Um que você sempre diz que quer ler, mas nunca lê 


TIME: NO MEU TEMPO 🧘🏼‍♀️

- Um audiobook 

- Um livro que continua ou conclui uma série que ficou perdida no meio do caminho

- Um que você, por algum motivo, não quer desapegar mas ainda não leu 


TIME: FAÇO O QUE QUERO, O SURTO É MEU 👀

Escolha quantas categorias quiser, mesmo que seja só uma ou surte e tente a sorte com o máximo que conseguir


Se quiser interagir com outros participantes da Maratona Desencalha os Livros, estaremos compartilhando nossas experiências de leitura e os livros escolhidos lá no chat da live na Twitch. As lives acontecem de terça às sextas, aqui. 

Liberei um vídeo explicando melhor cada categoria e falando da maratona, caso queira saber um pouco mais: 


E aí? Bora desencalhar os livros da estante? 

06:37 No comments

 

Sim, isso mesmo que você leu. Agora sou uma das donas da mais nova editora de quadrinhos que chega ao mercado: a Moby Dick. 

Quem acompanha o canal e o blog já sabe que os quadrinhos sempre fizeram parte da minha trajetória como leitora. Sempre que posso faço questão de indicar quadrinhos e tenho na arte sequencial um porto seguro para algumas das histórias que mais me encantaram. Só que agora os quadrinhos farão parte de mais do que apenas títulos que, como leitora, escolho ler e me apaixonar. 

Do sonho de cinco pessoas já experientes no trabalho com livros e apaixonadas pela arte sequencial, surgiu a Editora Moby Dick. Temos como propósito honrar a nona arte com qualidade editorial, um catálogo de peso e histórias para todos os leitores (até para quem ainda não sabe que é). 

Fiz o anúncio da Moby Dick em uma live super especial lá na Twitch e não consigo agradecer o suficiente todo o carinho e apoio que recebi do chat maravilhoso que, dia após dia, comprova o fato de ser a melhor comunidade da internet. 

Em menos de três dias já éramos mais de mil no Instagram e toda a comunidade dos quadrinhos nos recebeu de braços abertos, o que só dá mais ânimo e me faz ter a certeza de que existe, sim, espaço para todos no mercado.

Não poderia deixar de vir aqui contar, na Página do dia, e compartilhar com vocês também essa etapa super especial e um pouco assustadora da minha trajetória profissional. Muito em breve iremos anunciar nosso primeiro título e iremos começar a primeira campanha para viabilizar a produção dele. Confesso que estou me tremendo inteira, mas empolgada pelas reações. 

Caso queira acompanhar nosso trabalho, fica aqui o convite para conhecer o nosso Instagram @mobydickeditora e nosso perfil no Twitter: @editoramobydick.

E, se quiser saber mais detalhes sobre essa história, compartilhei um vídeo explicando como foi esse processo e desabafei um pouco sobre como estou me sentindo em relação a essa nova etapa da minha carreira. 


Participe do grupo exclusivo no Telegram para ter acesso a conteúdos exclusivos sobre o mercado editorial, literatura e ainda fica à par dos lançamentos mais aguardados ♥

09:23 No comments

 

Reprodução: Women's Prize

O Women's Prize é um dos mais prestigiados prêmios literários internacionais e, anualmente, ele consagra as melhores obras de ficção escritas por mulheres ao redor do mundo. No Dia Internacional da Mulher tivemos a lista com as 16 obras semifinalistas e sempre vale dar uma olhada porque muita coisa acaba chegando por aqui e pode render algumas das melhores leituras do ano.

Confira a lista completa das obras e das autoras semifinalistas com links para os livros, caso queira conferir sinopses e saber mais sobre cada:

  • O palácio de papel, de Miranda Cowley Heller
  • The book of form and emptiness, de Ruth Ozeki
  • The island of missing trees, de Elif Shafak
  • The bread the devil knead, de Lisa Allen-Agostini
  • Salt Lick, de Lulu Allison
  • Careless, de Kirsty Capes
  • Remote sympathy, de Catherine Chidgey
  • Flamingo, de Rachel Elliott
  • The sentence, de Louise Erdrich
  • Build your house around my body, de Violet Kupersmith
  • Sorrow & Bliss, de Meg Mason
  • The exhibitionist (Mantle), de Charlotte Mendelsohn
  • This one sky day, de Leone Ross
  • Great circle, de Maggie Shipstead
  • The final revival of Opal and Nev, de Dawnie Walton
  • Creatures of passage, de Morowa Yejidé


Os jurados agora vão transformar essa lista de dezesseis livros em uma de apenas seis, anunciada em 27 de abril. A vencedora do Women’s Prize for Fiction 2022 será anunciada na quarta-feira, 15 de junho.

E aí? Algum deles chamou a sua atenção? Confesso que estou apaixonada pelas capas ♥

Participe do grupo exclusivo no Telegram para ter acesso a conteúdos exclusivos sobre o mercado editorial, literatura e ainda fica à par dos lançamentos mais aguardados ♥

07:33 No comments


"Eu não aguento mais criar conteúdo", disse a pessoa produzindo conteúdo em um texto que está sendo lido por você nesse exato momento. A mesma pessoa que trabalha com isso de três formas diferentes (para o próprio blog/canal/redes e para duas editoras, sem contar os freelas). A mesma pessoa que ama produzir conteúdo.

Só que eu estou cansada.

A verdade é que meu cérebro já está condicionado e programado a tentar transformar absolutamente tudo em conteúdo a todo instante. Não é algo que dá pra desligar. O que significa que, durante todo o tempo que estou acordada, estou de plantão, colhendo informações e observando meu cérebro processá-las, tentando transformá-las em algo novo que possa gerar algum tipo de resposta em alguém, ou que gere o ímpeto de comprar aquele produto relacionado ao assunto em questão (no meu caso, seja comprar uma ideia ou querer comprar um livro mesmo). O horário comercial se torna todo e qualquer horário em que estou acordada e consciente, ou seja, existindo.

Não me leve a mal, eu amo o que faço, não me vejo fazendo outra coisa no momento e estou descobrindo cada vez mais que consegui transformar exatamente aquele desejo de me comunicar com as pessoas, que me fez cursar Jornalismo em uma realidade e profissão. Só que estou tendo um sério problema em fazer meu cérebro desligar um pouquinho, ou pelo menos criar um distanciamento entre aquilo que eu faço por dinheiro e o que absorvo de informação como um ser humano normal.

Gostaria que minha mente batesse ponto. A maior parte das pessoas só começa a trabalhar quando bate o ponto na empresa, e termina o expediente batendo o ponto na saída. O trabalho começa e termina ali (pelo menos deveria ser assim). Só que o meu trabalho não me permite isso. Porque trabalho com internet, com o famoso "conteúdo".

Chame de criadora de conteúdo, influencer, social media, copywriter, ou o que quer que seja a nova palavra ou termo aceitos pelos publicitários. A maior parte da minha rotina é composta pelo tempo que gasto criando textos, fotos, vídeos, qualquer coisa que chegue para as pessoas de forma on-line. Ao mesmo tempo em que fico superfeliz em poder trabalhar e ganhar a vida criando e postando coisas na internet, sinto falta de uma época em que as redes sociais serviam apenas como diários visuais e pontes entre pessoas que talvez não tivéssemos a chance de conhecer se não fosse via internet. Hoje tudo é conteúdo, tudo precisa ser mastigado, tudo precisa existir com um propósito. E se isso já é cansativo para quem está do outro lado da tela, imagina para quem precisa fazer isso acontecer como ganha pão?

Alguns dos trabalhos que mais gosto envolvem muito tempo de pesquisa, e são apaixonantes porque sinto que, além de contribuir de alguma forma para quem vai ler, também aprendo muito no processo. Eu amo estudar, amo ler, amo aprender. Só no segundo semestre do ano passado tive o privilégio de poder escrever textos biográficos e prefácios para entrar em livros superlegais A sensação de ver aquele texto impresso, encadernado nas páginas de cada um dos livros, me deu a esperança de que ainda existe algum tipo de conteúdo que consegue se manter minimamente duradouro. E acho que talvez esse seja justamente um dos grandes problemas das redes sociais, e um dos principais motivos do meu cansaço em relação a elas. Ao mesmo tempo em que aquilo que está na internet está ali para sempre, vivemos uma era de efemeridade em que tudo tem um prazo de validade irrisório.

Quando meu cérebro não está fritando com informações e ideias, está refletindo sobre como estamos absolutamente à mercê das redes sociais. O pior é que, como tudo hoje em dia se baseia na produção de conteúdo, e como as redes sociais priorizam conteúdos fáceis e rápidos, entramos em um looping de ter que sempre produzir mais, mais e mais. Chegamos em um ponto em precisamos produzir e o conteúdo precisa viralizar, mesmo que ele nem seja tão bom assim. Me sinto pressionada a estar sempre entregando algo porque, caso contrário, o alcance diminui e o engajamento desaparece. E reconquistar isso depois é um parto.

Então o conteúdo de valor, que é algo que prezo, vai ficando esquecido e menosprezado diante da última dancinha do TikTok. Perdi a conta de quantas vezes gastei dias de pesquisa e escrita para produzir um conteúdo que mal foi entregue para duzentas pessoas, enquanto uma coreografia repetitiva batia fácil os milhares de acessos, com vinte segundos de vídeo. É um desânimo para quem trabalha com isso e tenta se virar entre as tendências, também para quem consome conteúdo. Acho que eu sofreria um pouco menos se percebesse que, pelo menos, o que estou fazendo está chegando para quem deveria chegar. No mínimo, para quem escolheu me seguir e consumir aquilo, porque hoje em dia nem isso acontece. A verdade é que estamos cansados de receber apenas aquilo que algum algoritmo acha que queremos receber.

Veja, sem julgamentos, também acho divertido assistir um casal bonito se atrapalhando com uns passinhos engraçados, é um conteúdo leve e divertido que não precisa querer vender nada para existir. A única rede que ainda uso apenas com fins de entretenimento é o TikTok e faço questão de apenas curtir vídeos de gatinhos para que só isso apareça para mim. É meu tempo de descanso mental quando estou on-line. Nem tudo precisa ser informativo, nem tudo precisa agregar algo, nem tudo precisa fazer pensar também. Ai do nosso cérebro!

Só que o problema é que essa linha entre entretenimento e consumo não existe mais, e parece que nem as próprias redes sociais sabem como lidar com o usuário. Então entramos em uma realidade em que, de um lado, quem consome as redes sociais a nível pessoal não tem mais saco pra entrar nelas porque só encontra anúncio, loja e conteúdo sendo forçado goela abaixo, e, do outro, temos aqueles que se viram para trabalhar com isso produzindo conteúdo de valor, mas que tem que ser facilmente absorvido e rapidamente consumido, que impacte, que não pareça um marketing raso, que gere algo positivo no usuário. Só que o que fazer quando a pessoa que produz não aguenta mais ser submetida à experiência do próprio usuário? Não é à toa que está surgindo, cada vez mais, o questionamento se as redes sociais estão morrendo. Porque nem os próprios usuários estão aguentando mais.

Para além disso, o que fazer quando estamos tão imersos em tantos estímulos que sequer conseguimos reter uma informação por mais de alguns minutos? Tem um perfil que eu adoro acompanhar no Instagram que é o Agência de Bolso. Em um dos posts do perfil, o autor falou sobre a curva do esquecimento. Segundo o psicólogo alemão Hermann Ebbinghau, quanto mais o tempo passa, mais esquecemos o que foi visto ou lido por nós. Só uma hora depois de lermos algo já esquecemos metade do que foi "aprendido" e, se não revisarmos e praticarmos aquilo, o cérebro considera a informação irrelevante e, como um post vergonhoso de 2011, deleta. Agora eu te pergunto: quantas vezes você parou tudo para ler um post que apareceu no seu feed? Realmente ler com toda a atenção? Quantas vezes você voltou, releu, pesquisou mais a respeito, ficou pensando naquilo? Arrisco dizer que se foi um em cada dez, você já está bem acima da média.

Cheguei em um ponto em que, às vezes, sequer lembro do que eu mesma escrevi e isso é assustador. Às vezes sinto que só transformei aquela máxima do Jornalismo de que a notícia de hoje vai embrulhar a banana no mercado amanhã de manhã. Pensando assim, pelo menos não me afastei tanto da profissão da qual me graduei, né? kkkkrying

Também que chegamos no ponto em que a grande parte das pessoas nem sabe que está consumindo conteúdo capitalizado ou com fins de venda, nem que essa venda seja de um estilo de vida e não de um produto material. Acho que talvez seja por isso que algumas plataformas como Telegram, Discord e Twitch estejam crescendo tanto, porque elas prometem interação de verdade. Genuína.

É óbvio que quem trabalha com isso vai dar um jeito de encaixar uma publi ali em algum lugar, mas é uma forma mais direta, honesta e transparente de vender alguma coisa. E talvez seja por isso mesmo que sejam plataformas que eu, hoje, mais uso no meu dia a dia. Trabalho com a Twitch? Trabalho, mas, usando a frase favorita dos BBBs, "vejo mais verdade ali". Uso a Twitch porque vejo pessoas ali, não vitrines, uso o Discord porque ouço a voz dos meus amigos, não uma música chiclete que vai dar lugar a outra tendência amanhã.

Continuo sendo apaixonada por conteúdo porque conteúdo é informação, conexão, interação, mensagem. E como boa comunicadora (o sol em gêmeos aí também ajuda), gosto de sentir que palavras podem levar mais do que só alguns caracteres. O problema é o equilíbrio.

Por muito tempo pensei que a resposta para esse dilema talvez fosse separar melhor o tempo e a disposição entre aquilo que está sendo feito por trabalho e aquilo que é feito por prazer. Mas em meio a tanta coisa tão massificada, penso que, talvez, a solução seja colocar mais de si naquele conteúdo, mesmo que ele seja criado de forma mais lenta e cuidadosa, mesmo que ele não seja entregue pra quase ninguém.

Gosto de pensar que aquilo que faz sentido para alguém só precisa fazer sentido para uma pessoa. Já tá valendo se for de verdade. E quero acreditar que aquilo que eu faço é diferente de todo o resto, nem que seja um pouquinho. Porque coloco muito de mim ali, e espero que as pessoas enxerguem pelo menos isso.

Daqui, sigo apaixonada pela internet e todos os milagres que ela opera. Agradeço por ser meu ganha pão e fonte diária de inspiração. Mas ainda estou descobrindo um jeito de desacelerar (por mais slow content, por favor) e de não enxergar conteúdo em tudo aquilo que acho minimamente relevante ou interessante. Aceito dicas de quem souber a resposta para esse dilema, porque meu cérebro agradece.

Esse texto foi publicado originalmente em uma newsletter escrita por mim e duas das minhas melhores amigas. A "na minha cabeça faz sentido" é uma newsletter criada por mim e duas amigas. Cada news é conduzida por um tema central, que ocupou o nosso mês de forma tão intensa que rendeu algumas reflexões, mas você vai perceber que cada uma de nós tem a sua própria interpretação a respeito. Saiba mais aqui!

*Para fins de direitos autorais, declaro que as imagens utilizadas neste post não pertencem ao blog. Qualquer problema ou reclamação quanto aos direitos de imagem podem ser feitas diretamente com nosso contato. Atenderemos prontamente Photo by Andrew Neel on Unsplash

Escrevo textos como esse que você leu durante lives de foco e produtividade, algo que cresceu bastante durante a pandemia. Quer focar comigo? Me acompanhe lá na Twitch! 
12:17 2 comments
Older Posts

About me

Whats-App-Image-2020-02-10-at-14-04-15

Laura Brand. Editora, jornalista, produtora de conteúdo e apaixonada por contar histórias. É apaixonada por livros e acredita que cada página guarda uma história incrível que merece ser contada. Atualmente você pode encontrá-la falando sobre narrativas por aí, contando histórias escritas e ajudando a transformar sonhos em livros.

Follow

Assine a newsletter!


Editoras parceiras

Editoras parceiras


Seguidores

Follow

Popular Posts

  • Entenda a ordem de leitura da Irmandade da Adaga Negra
  • 7 graduações para quem quer trabalhar com livros
  • Resenha: A sutil arte de ligar o f*da-se
  • 6 planners para organizar suas leituras
  • 9 livros para escritores
  • Resenha: A Seca
  • Resenha: Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino
  • Sorteio literário de Halloween: Black Hammer
  • Resenha: Declarar
  • Resenha: Wonder Women
online

Created with by ThemeXpose