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Nostalgia Cinza


           No começo do ano passado me deparei com a notícia de que a editora Intrínseca estava procurando por blogs parceiros. Nunca soube muito bem como isso funcionava. Pra mim, só aqueles blogs muito acessados e conhecidos recebiam ofertas de parceria com marcas famosas. Como sempre escrevi resenhas, decidi tentar a sorte mesmo tendo a certeza de que nunca seria selecionada.
            Passaram-se algumas semanas e, confesso, nem me lembrava mais daquilo. Nunca havia sido selecionada para nada do gênero, por que meu blog seria um dos escolhidos? Até que um dia chegou um pacote pra mim com a embalagem da Intrínseca. Fiquei completamente confusa quando vi meu nome no pacote e Nostalgia Cinza impresso logo abaixo na etiqueta. Quando abri, vi um kit do livro O segredo do meumarido e uma carta de boas-vindas anunciando nossa parceria. Entrei correndo no site da editora e vi o NC entre os blogs selecionados por eles para compor a lista de parceiros de 2014. Nem acreditei, era uma coisa inédita para mim e foi uma das melhores notícias do ano. Quem diria que meu blog seria um dos escolhidos?
            Ao longo dos meses conversei com a Luiza, com a Carol, Heloiza e Vanessa – encarregadas de cuidar de tudo o que quis respeito aos blogs parceiros, são a ponte entre os leitores e a editora. Fiquei impressionada com o carinho e atenção que recebi, o contato era quase que imediato e sempre muito bem explicado. Vez ou outra também chegava alguma surpresa, seja um livro extra, algum lançamento imperdível ou presentinhos com a marca da editora. O cuidado com os blogs parceiros é explícito.
            A editora Intrínseca publica livros diferentes e, ao contrário de muitas editoras, não segue um padrão. Com algumas editoras você tem uma certeza do gênero e do estilo dos autores e livros publicados. A Intrínseca publica um pouquinho de tudo, qualquer leitor pode se identificar com algum título. Tive a oportunidade de sair bastante da minha zona de conforto com as minhas escolhas de livros para resenha. Deixei isso bem claro ao longo dos posts que escrevi e acho que foi uma oportunidade única.
            Sou apaixonada pelo gênero New Adult, ele ocupa 95% da estante do meu quarto e do Skoob. E é um dos únicos gêneros que a Intrínseca não se faz muito presente. No começo fiquei relutante, mas querem saber? Não me arrependi de nenhuma escolha. Saí da minha zona de conforto e sinto que evoluí como leitora, se é que isso existe. Li um pouquinho de tudo o que me deu vontade. Até com livro sobre culinária eu me arrisquei e adorei. Alguns livros não me agradaram tanto quanto eu gostaria, mas serviram para abrir a minha mente para histórias diferentes e me apresentaram outros autores que antes eu não conhecia ou não dava tanta bola. Depois de um tempo, todo livro que eu escolhia era um que eu não me imaginava pegando nas livrarias e depois que virava a última página ficava inteiramente feliz por ter escolhido lê-lo, por qualquer que fosse o motivo.


            A aceitação dos livros aqui no Nostalgia Cinza foi muito boa! Dois dos livros lidos em parceria com a Intrínseca entraram no top de posts populares do blog. Ao longo do ano, muitas pessoas me mandaram e-mails ou comentários dizendo que leram minhas resenhas e ficaram com vontade de ler aqueles títulos. Muitas também disseram que tal livro não era do tipo que elas gostavam mas que iriam arriscar também, ou que aquele livro parecia diferente do que elas estavam acostumadas e que iriam procurar saber mais. Acho que parceria é isso; apresentei os títulos da Intrínseca para algumas pessoas – não são tantos os leitores do Nostalgia Cinza, mas os que acompanham já fazem uma diferença tremenda – e a editora me apresentou novas histórias e oportunidades. Foi algo mútuo e muito gostoso, fez meu ano de 2014 um diferencial. Nas vezes em que eu ficava desanimada com o rumo que o blog estava levando e sentia como se estivesse escrevendo para ninguém além de mim mesma, eu me lembrava de que meu pequeno blog foi escolhido entre centenas de outros para representar uma gigante da literatura aqui no Brasil. Só isso já foi um tremendo incentivo.
            Essa parceria foi extremamente construtiva para mim e espero ter honrado o nome da editora ao longo do ano. Minha estante e eu estamos muito felizes com todas as histórias novas. E fico muito feliz em anunciar que... Em 2015 tem mais!
            No dia 8 de Junho - meu aniversário - a Intrínseca divulgou a lista com os novos parceiros e as renovações de parceria.; o Nostalgia Cinza é um deles (que belo presente)! Então por mais doze meses o blog vai sempre ter uma resenha de algum livro novo, diferente e único para servir como sugestão para vocês. Espero que esse próximo ano literário seja tão bom quanto o anterior ;)



Confira todas as resenhas de títulos da Intrínseca escritas até agora:

• Pó de lua
• Um mais um
• A segunda pátria
• Cozinhar - Michal Pollan
• O Jantar - Herman Koch
• A verdade sobre nós - Amanda Grace
• Ele está de volta - Timur Vermes
• A mulher silenciosa - A.S.A. Harrison
• O segredo do meu marido - Liane Moriarty  


O que acharam das resenhas dos livros da Intrínseca? Gostariam de ver algum livro da editora sendo resenhado aqui? Alguma dúvida a respeito do processo de seleção de parceiros? Não deixe de comentar!
16:46 7 comments

Já tinha lido muita coisa a respeito do livro Wallbanger. Muita coisa positiva. O livro havia sido muito indicado para fãs de romances e ele apareceu mais de uma vez para mim em alguma página da internet. E, há pouco tempo, quando estava em mais uma de minhas compras literárias no site da Saraiva, ele apareceu de novo. Estava morrendo de vontade de ler um romance gostoso e que pudesse me prender. Decidi tentar a sorte com Wallbanger.

"A primeira noite de Caroline em seu novo apartamento é uma promessa de que dias e noites agitados virão. Ela não poderia imaginar que dividiria a fina parede do seu quarto com um cara capaz de deixar uma mulher completamente maluca na cama. Aliás, uma não, Caroline já contou pelo menos três gritos e gemidos diferentes. Conviver toda madrugada com a animação do apartamento ao lado deixa Caroline ainda mais afundada na crise sexual que a acompanha há tempos. Mas ela nem sequer pode imaginar que o vizinho que ela abomina talvez seja o único capaz de lhe trazer de volta seus orgasmos. Em Subindo pelas paredes, Alice Clayton mistura humor, paixão e boas doses de sensualidade, capazes de fazer qualquer uma cair de joelhos e se apaixonar."

            Vou dizendo logo de cara que não consegui largar o livro até terminar de ler a última página. Ainda bem que comecei a lê-lo numa sexta-feira, porque passei a noite inteira lendo até terminá-lo. Amo romances e esse foi a pedida certa na hora certa.
            A história é toda narrada por Caroline, uma personagem engraçada, sensual e cômica. Ela se diferenciou de muitas protagonistas porque tem atitude, é engraçadíssima e tem plena consciência de que é bonita e sexy. Ela não se faz de tonta como a maioria e não se prende a dramas existenciais por causa de um homem. Caroline tem um senso de humor fantástico e uma atitude de causar inveja.
            Logo nos primeiros parágrafos do livro, você esboça um sorriso diante da situação que Caroline vive. Ela é acordada no meio da noite com os sons de gemidos e tapas do apartamento ao lado. Como se já não bastasse a situação constrangedora, Caroline é lembrada de que não tem um orgasmo há meses e toda a barulheira do apartamento ao lado não ajuda em nada. As constantes noites animadas no apartamento ao lado do seu lhe rendem frustrações e ela se vê numa crise física e mental. Tudo sem perder o humor.
            Algum tempo depois ela conhece Simon, seu vizinho capaz de fazer uma mulher miar. O começo de sua relação é de guerra declarada, mas com o passar do tempo eles se conhecem melhor e uma amizade fantástica começa. Confesso que morri de inveja da relação dos dois. Simon é um amigo maravilhoso e encantador e a rotina dele se mescla facilmente à dela. Morreria por uma amizade assim.
            O livro me fez soltar boas risadas. Os diálogos são fantásticos e a relação de Simon e Caroline é tudo o que se pode pedir. Eles se tornam melhores amigos e não têm medo de mostrar que se importam um com o outro. Além disso, os flertes inocentes são presentes e dão um toque a mais na narrativa. Também soltei vários suspiros involuntários com a simplicidade da história e com os diálogos de Simon e Caroline.
            Com o tempo, a relação deles vai se desenvolvendo e é inevitável que algo surja entre eles. Simon e Caroline se dão bem demais e começa a rolar um clima que eles fazem de tudo para reprimir para manter a amizade maravilhosa que têm.
            A narrativa é envolvente, engraçada e apaixonante. Você passa as páginas sem se dar conta e se perde em meio à história de Caroline. A escrita é fácil, leve e divertida, te prendendo por toda a leitura. O livro é cheio de quebras de expectativa, o que o torna ainda melhor. Caroline sofre com seu drama sexual e isso é apresentado durante toda a narrativa, mas de uma forma dramática e cômica. Ri bastante com sua linha de pensamento.
            Wallbanger não tem uma história complexa, não te faz refletir ou coloca questionamentos éticos e/ou existenciais na sua cabeça. Mas é uma daquelas leituras deliciosas, engraçadas e amáveis que você precisa de vez em quando. Tenho certeza de que vou reler esse livro várias vezes, ele é bom assim. Subindo pelas paredes chegou sorrateiramente e entrou para a minha lista de queridinhos de 2014. Agora eu entendo todo o alvoroço em cima desse livro, é um romance obrigatório para quem é fã do gênero.
            Estou louca para ler a continuação e espero me apaixonar novamente por uma história tão corriqueira e maravilhosa.
   
          


Subindo pelas paredes foi escrito por Alice Clayton e publicado no Brasil pela editora Benvirá. 
            Classificação: 5/5 estrelas.

“- Escuta aqui, cara, você faz ideia do barulho que estão fazendo? Eu preciso dormir! Seu eu tiver que ouvir você e seu harém batendo na minha parede por mais uma noite, aliás, por mais um minuto, vou perder o juízo!
Berrei para aliviar toda a tensão que teria sido, poderia ter sido, deveria ter sido descarregada à maneira Clooney.
- Calma aí. Não pode ser tão grave assim. Essas paredes são bem grossas. – Ele sorriu e bateu o ponho na moldura da porta, tentando fazer um charme. Obviamente, estava acostumado a conseguir o que queria. Com abdominais como aqueles, eu podia entender o por quê.
Balancei a cabeça para recuperar o foco.
- Você está maluco? Essas paredes são mais ocas que a sua cabeça. Eu ouço tudo! Cada palmada, cada miado, cada risadinha, já deu! Essa putaria acaba agora!

Gostou da resenha? Já leu o livro ou ficou com vontade de ler? Não deixe de comentar!

12:47 2 comments


Necessário comentar que esperei meses até finalmente ter o quarto livro da série Crossfire nas minhas mãos. Estava roendo as unhas de ansiedade com cada spoiler e trecho divulgado pela própria Sylvia Day. Eu e os outros milhares de fãs, acompanhamos ansiosos os dias se arrastarem até 18 de Novembro de 2014 chegar. Quando o pacote da Saraiva chegou aqui em casa, tinha certeza de que toda a espera valeria a pena.
OBS: Essa resenha é um pouco menor porque a história é cheia de acontecimentos inéditos e se eu comentar todos, serão spoilers garantidos. 

"Gideon me chama de anjo, mas ele é o milagre em minha vida. Meu lindo, guerreiro ferido, tão determinado a matar meus demônios enquanto se recusa a enfrentar os seus próprios. Os votos que tinhamos trocado deveriam ter nos ligado de forma mais apertada do que sangue e carne. Em vez disso,abriu velhas feridas, expondo dor e inseguranças, e isso atraiu amargos inimigos para fora das sombras. sinto ele escorregar da minha mão, meus maiores medos se tornando a minha realidade, meu amor testado de maneiras que eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para suportar. Em um tempo brilhante em nossas vidas, a escuridão de seu passado invadiu e ameaçou tudo o que tinhamos trabalhado tão duramente para esquecer. Nós enfrentamos uma escolha terrível: a segurança familiar das vidas que tivemos antes de termos um ao outro ou a luta por um futuro que, de repente parecia um sonho impossível e sem esperança..."

             Se você ainda não leu nenhum volume da série, pare de ler aqui e clica aqui pra comprar o primeiro, Toda Sua. Se você gosta do gênero New Adult, não pode perder nem mais um minuto sem ler Crossfire, juro. Os livros estão entre os meus favoritos e queridinhos – uma lista que não é tão fácil assim de entrar. A série vale muito a pena, então não deixe de procurar saber um pouquinho mais.



            Como sempre faço quando escrevo minhas resehas, tentarei não dar nenhum spoiler bombástico; afinal, a resenha é para convencer os leitores a lerem o livro, e não para desapontá-los com segredos e surpresas.
            Inicialmente, Sylvia Day havia planejado apenas três livros para a série, Para Sempre Sua deveria ter sido o último volume, mas diante o apelo dos fãs e o desenrolar da história, com novos personagens dando as caras e segredos voltando para assombrá-los, Sylvia Day percebeu que não havia como terminar essa história com apenas três livros. Mas para o quarto e quinto volume, a autora decidiu mudar um pouco a narrativa.
            Surgiu então a notícia de que os dois livros seriam narrados por Gideon, e, ao contrário do que a maioria dos leitores pensou, eu não curti muito a ideia. Estava tão acostumada a viver a história pela perspectiva de Eva que quando abri a primeira página do livro me decepcionei um pouco; era novo demais para mim. Mas, para a minha surpresa, no capítulo seguinte quem dá as caras é a narrativa de Eva. Sylvia Day escreveu esse livro alternando as narrativas e achei sensacional. Minha decepção inicial evaporou em questão de minutos. A leitura ficou mais dinâmica, fluiu melhor e ficou bem mais completa. Percebi que não ganhávamos nem metade da complexidade de Gideon apenas pela visão de Eva, esse foi um bônus gigantesco.
            Percebemos desde a primeira página a intensidade e profundidade já conhecida do relacionamento de Eva e Gideon. É um amor obsessivo, profundo e sem limites. Já sabíamos o quanto Eva amava Gideon, mas com essa nova perspectiva, percebemos o quanto nosso Moreno Perigoso é louco por sua Eva. A história já começa com um conflito entre os dois causado pelo retorno de Brett Kline, algo que acontece algumas vezes durante o livro. As atitudes tomadas por Eva são ao mesmo tempo sensatas e irritantes, assim como o comportamento de Gideon diante a situação. Isso se repete ao longo do livro todo; ficamos divididos entre concordar com os personagens e odiar certos pensamentos e diálogos. É um misto de paixão e ódio, o que faz a narrativa fluir tão facilmente e ser tão apaixonante.
            Nesse livro, o relacionamento de Gideon e Eva evolui bastante, eles se abrem mais em relação a segredos do passado, principalmente Gideon, e foi muito interessante perceber essa evolução. A história se tornou mais real, mais humana.
            Sylvia Day consegue criar uma narrativa envolvente, com personagens apaixonantes e diálogos inesquecíveis. O romance de Eva e Gideon é tão intenso, tanto sexual quanto emocionalmente que faz o leitor virar cada página devorando as palavras. Os leitores de Crossfire entenderão com toda certeza. Se antes eu já era apaixonada pela série, depois de Somente Sua eu estou alucinada. Já posso começar a contar os dias para o último volume?   




Somente Sua foi escrito por Sylvia Day e publicado no Brasil pela editora Paralela.

            Classificação: 5/5 estrelas.

“Fui até a minha mesa e olhei para a foto dela. Meus ombros relaxaram. “Só queria dizer que estou pensando em você.”
“Que bom. Então não para. E é bom saber que não está sempre ranzinza no trabalho.”
Era bom poder falar com Eva. Já tinha desistido de tentar entender por que ela mexia tanto comigo. Simplesmente aproveitaria e recomeçaria meu dia. “Diz que me ama.”
“Loucamente. Você abalou meu mundo, Sr. Cross.”
Fiquei observando seus olhos risonhos na fotografia, passando o dedo de leve pelo vidro. “E você é o centro do meu.”

Também estava esperando loucamente Somente Sua? O que achou? Não deixe de comentar!



13:54 9 comments

Os livros da Intrínseca me fazem sair da minha zona de conforto. As histórias são diferentes e únicas e sempre me fazem questionar alguma coisa. O Jantar foi uma leitura um tanto quanto complexa e difícil de ser explicada. 

"Em uma noite de verão, dois casais se encontram em um restaurante elegante. Entre um gole e outro de vinho e o tilintar de talheres, a conversa mantém um tom gentil e educado, passando por assuntos triviais como o preço dos pratos, os aborrecimentos do trabalho, o próximo destino de férias. Mas as palavras vazias escondem um terrível conflito, e, a cada sorriso forçado e cada novo prato, o clima fica ainda mais tenso.
Cada casal tem um filho adolescente. Juntos, os meninos fizeram algo horrível, e o encontro tem como objetivo decidir o futuro. Não apenas dos jovens e de suas famílias, mas talvez até mesmo o futuro político do país. Quando afinal o prato principal é servido, o assunto que os leou até ali também chega à mesa. E, à medida que a civilidade e o tom amigável se esvaem, cada um dos convidados vai mostrar quão longe é capaz de ir para proteger aqueles que ama."

            Tenho que ser honesta e dizer que o livro O Jantar foi difícil de ler. Por vários motivos.
            A ideia de que um livro inteiro seria escrito com base num intervalo de mais ou menos duas horas, é nova para mim. Estou acostumada a ler livros que se baseiam em dias, semanas e até mesmo anos. O livro ganhou pontos comigo por causa disso, pra mim foi uma inovação.
            A história é dividida em cinco partes: Aperitivos, Entrada, Prato Principal, Sobremesa e Digestivo. É narrada por Paul Lohman, marido de Claire. O jantar é um encontro entre os dois e o irmão de Paul, Serge, e sua esposa Babette. Eles se encontram em um restaurante caro – Paul passa alguns bons parágrafos dissertando a respeito dos preços exorbitantes do lugar escolhido pelo irmão – e chamam atenção por causa de Serge. Ele é um político conhecido e candidato praticamente já eleito. Assim que Babette entra com os olhos levemente inchados como quem chorou recentemente, Paul percebe que não será uma noite fácil.
            A narrativa se baseia em narrações sobre banalidades. É uma narrativa extremamente detalhada; Paul faz reflexões que vão desde o dedo mindinho do gerente apontando e explicando cada prato do cardápio até seus pensamentos sobre questões culturais da Holanda. É preciso muita atenção durante a leitura uma vez que Paul cita acontecimentos de meses ou anos atrás para justificar algum pensamento que lhe veio à mente. A princípio, achava que essas lembranças não seriam tão relevantes ao final da narrativa, mas são. Mesmo a leitura se arrastando bastante nessas momentos, é preciso estar atento aos detalhes. Paul, que no começo passa a impressão de ser o mais pé no chão de todos ali à mesa, ao longo da leitura revela lembranças duras e surpreendentes a respeito de ações passadas.
            O encontro gira em torno de um problema envolvendo os filhos adolescentes dos casais. À mesa, não estão os pratos, está o destino de seus filhos e o futuro político de Serge. Por isso, cada um tem uma opinião diferente sobre o que fazer a respeito do escândalo que possuem em mãos. De acordo com Paul, a família dos irmãos sempre tentou fazer tudo parecer perfeito, como se fossem as pessoas mais felizes do mundo, e isso fica claro durante as tentativas de decidir o problema.
            O Jantar ganhou pontos por fazer o leitor entrar na mente de Paul. É um thriller completamente psicológico, me fez lembrar um pouco de A Mulher Silenciosa por conta da profundidade dos pensamentos envolvidos. No começo, o leitor pensa que está perfeitamente ciente dos rumos da história, mas Paul começa a se revelar e, de repente, você se vê perdido em pensamentos um tanto quanto obscuros e realistas. Esse é outro ponto forte do livro; tudo o que acontece na narrativa é perfeitamente plausível de acontecer na realidade. O livro me fez perguntar constantemente o que eu faria se estivesse naquela situação. Entra em xeque questões de certo x errado. Você se pergunta o que faria se estivesse na pele de um dos meninos ou de um dos pais.
            Algumas coisas ficam claras a respeito da personalidade dos personagens: busca da perfeição; isso é percebido desde a escolha do restaurante até a tentativa de não mostrar lágrimas secas e cobrir os olhos inchados. Egoísmo; essa é, talvez, a questão mais importante do livro uma vez que o grande dilema gira em torno de fazer o que é certo ou proteger a si mesmo. Aspecto calculista; tanto Paul quanto Claire se mostram extremamente inteligentes, frios e controlados. Suas decisões são tomadas apenas após certa meditação e pensamento crítico a respeito.
            O Jantar é um livro um tanto quanto perturbador do ponto de vista psicológico. Ao ser apresentado ao o interior da mente de Paul, questionamentos éticos a respeito da influência dos pais vêm à mente. É um livro capaz de te fazer repensar algumas coisas e te enfurecer a respeito de outras. Faz o leitor pensar em quanta coisa ele não seria capaz de jogar para debaixo do tapete como fazem os personagens e faz refletir sobre a influência do comportamento dos pais na criação dos filhos.
            A escrita do autor não é complicada, é fácil de ser lida e bem detalhada. O que fez o livro perder alguns pontos comigo foram as banalidades. Elas são importantes sim para o enredo como um todo, mas nesse caso fizeram com que a narrativa não ficasse tão envolvente assim. Li muitos comentários positivos a respeito da narrativa e da história e várias classificações 5/5. Gosto de histórias um pouco mais objetivas, daquelas que vão direto ao ponto ou que, se preciso for, detalhem bastante mas que te prendam de forma irrefutável. Isso não aconteceu comigo. Minha classificação é completamente subjetiva nesse caso.
            O Jantar é uma indicação imediata para quem adora thrillers psicológicos. Se fosse meu estilo de livro, com certeza absoluta ganharia cinco estrelas, porque o livro é extremamente inteligente do ponto de vista psicológico. Mas, se você não for tão fã, vale a pena ler com ressalvas, com calma. Apesar de tudo, o livro com certeza vai deixar alguns questionamentos na sua mente. Deixou em mim.    
             


O jantar foi escrito por Herman Koch e publicado no Brasil pela editora Intrínseca.



            Classificação: 3/5 estrelas.

“Claire e eu. Claire, Michael e eu. Partilhávamos algo. Algo que não estivera ali antes. Certo, não partilhávamos todos a mesma coisa, mas talvez isso não seja necessário. Você não precisa saber tudo sobre o outro. Segredos não impedem a felicidade.
Pensei sobre aquela noite, depois de nosso jantar. Eu ficara um tempo sozinho em casa antes que Michael chegasse. Em nossa sala de estar há uma antiga arca de madeira com gavetas onde Claire guarda suas coisas. No mesmo instante em que abria a primeira gaveta, tive a sensação de que iria fazer algo de que iria me arrepender depois.”.

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16:38 2 comments

Se você leu a minha resenha do primeiro livro, Real, sabe que assim que terminei de ler, corri para comprar a continuação do amor de Remy e Brooke. Li o segundo livro ainda mais rápido que o primeiro e algumas coisas mudaram, tanto na história quanto nas minhas opiniões. Essa resenha contém spoilers, então se você não quer saber o que acontece, pare de ler aqui.

“Agora, com a distância e a escuridão entre eles, a única coisa que resta para Brooke é lutar pelo amor do homem que ela chama de “meu”. Na série best-seller REAL, o irrefreável lutador bad boy Remington Tate finalmente encontrou a maior razão pela qual lutar em sua vida, Brooke Dumas. Contratada para mantê-lo em perfeitas condições físicas, a jovem fisioterapeuta conseguiu desencadear um desejo primitivo tão vital em Remington quanto o ar que ele respira... “Remy” simplesmente já não pode viver sem ela. Brooke jamais imaginou que iria se apaixonar tão perdidamente por um homem, e mais, nunca sonhou que ele seria nada menos que a fonte de desejo de toda mulher. Quando tudo parecia caminhar para uma felicidade genuína, Brooke acaba sendo arrancada para longe dos arredores do ringue. Uma perigosa ameaça está à espreita, pronta para derrotar o “Arrebentador” e arrasar tudo em seu caminho no momento em que eles mais precisam um do outro. Mas será que uma última revelação surpreendente conseguirá mudar para sempre o destino desse intenso amor?”

            Tentei fazer uma resenha sem spoilers como costumo fazer, mas seria impossível comentar “Meu” sem mencionar alguns acontecimentos. Se você leu Real, vai querer ler sua continuação e não acho que vá se arrepender, não me arrependi. Mas algumas coisas me chatearam.
            Gostei bastante de ver como o relacionamento de Remy e Brooke evoluiu, é uma delícia vê-los convivendo juntos como um verdadeiro casal. Adoro ler um pouquinho do cotidiano dos personagens que eu gosto e o começo do livro foi exatamente assim. Gostei também de como a história continuou sem deixar para trás acontecimentos que foram essenciais para o primeiro livro, como a luta entre Remy e Scorpion e o ódio que o mesmo carrega.
            Brooke descobre no começo do livro que está grávida e achei um pouco precipitado demais para o desenrolar da narrativa, mas tudo bem, a leitura segue. Tinha expectativas de que Remy se comportaria de outra maneira quando descobrisse que sua namorada estava grávida, achei um pouco estranha a maneira como ele lidou com tudo isso.
            Brooke também me decepcionou um pouco. Senti como se ela tivesse retrocedido em seu amadurecimento. Até o final do livro fiquei presa no conflito entre adorar a personagem e odiar a forma infantil como se ela comportou em alguns momentos. Hormônios da gestação não são o suficiente para explicar alguns comportamentos e diálogos.
            O personagem de Remy foi mais explorado do que no primeiro livro, seu conflito com a bipolaridade, seu amor por Brooke e o trauma causado por seus pais. Mas gostaria de ter visto mais, a história tinha um potencial fantástico que não foi muito bem explorado pela autora. Ela se focou mais na parte sexual do relacionamento dos dois quando tinha ótimo material de escrita em outra parte da história.
            Gostei bastante dos conflitos que apareceram durante a narrativa. A constante ameaça de Scorpion deu uma boa adrenalina para a história. A distância forçada imposta para os dois também deu outro rumo para o relacionamento, isso foi bem trabalhado.
            O final foi o ponto alto da história. Com o coração na mão, você lê as últimas páginas emocionantes que me prenderam assim como o primeiro livro. Gostaria de ter lido mais algumas páginas, senti que tudo no final ficou muito corrido. Foi a única coisa que deixou a desejar no final da história.
            “Meu” me decepcionou um pouco, mas provavelmente fui com muita expectativa. A história é boa e muito rápida de ler lida, mas deixou um pouco a desejar. A autora publicou nos EUA um terceiro livro; é a história do primeiro pelo ponto de vista de Remy, mas as resenhas que li não foram muito agradáveis para com o livro. Katy também publicou mais dois volumes; o quarto em volta de Mel e o quinto em torno de Pandora. Confesso que não acredito que vá ler os outros, prefiro ficar feliz com “Real” do que acabar me decepcionando.
            Apesar de tudo, se você leu e gostou de “Real”, leia “Meu”, apenas não vá com muita expectativa. “Meu” dá um final maravilhoso que “Real” não foi capaz de dar. Com certeza você vai fechar o livro com um suspiro.    
             Meu foi escrito por Katy Evans e publicado no Brasil pela editora Novo Século.




            Classificação: 4/5 estrelas.

“O coração é um músculo oco, e vai bater milhões de vezes durante nossas vidas. Mais ou menos do tamanho de um punho, ele tem quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. De que forma esse músculo pode abrigar algo tão abrangente como o amor é algo que está além da minha compreensão. É esse coração que ama? Ou você ama com a sua alma, que é infinita? Não sei. Tudo o que sei é que sinto esse amor em cada molécula do meu corpo, em cada respiração. Em todo o infinito em minha alma. Aprendi que você não pode correr se romper um ligamento, mas o seu coração pode ser partido em um milhão de pedaços, e você ainda pode amar com todo o seu ser.
Fui destroçada e reunida de novo.
Fui amada, e amei também.
Estou apaixonada, e serei para sempre transformada por esse amor, por esse homem. Eu costumava sonhar com medalhas e campeonatos, mas agora sonho apenas com um lutador de olhos azuis que um dia mudou a minha vida quando colocou seus lábios nos meus...”

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18:38 No comments
Alguns livros, assim como pessoas, surgem como quem não quer nada e acabam te conquistando de vez. Estava fazendo minhas compras literárias quase quinzenais na Saraiva, e “Real” apareceu nas sugestões. A capa, claro, já me conquistou, e quando li a sinopse fui atraída por Remy, o típico herói que adoro.

“Remington Tate tem a reputação de ser um bad boy, dentro e fora. É conhecido também pelo corpo escultural e pelo poder, sexy e selvagem, que emana de cada gota de suor, levando toda e qualquer mulher que o veja a um verdadeiro frenesi. Em seus olhos, brilha um desejo brutal, devastador e real. Brooke, uma especialista em fisioterapia esportiva, é contratada para manter aquele corpo funcionando como uma máquina mortal. Esse parecia ser seu emprego dos sonhos, mas, ao circular pelo perigoso circuito de lutas clandestinas com Tate e sua equipe, Brooke passa a ser dominada por um novo sentimento, um fogo e uma necessidade com os quais ela não sabe lidar. O que começa com um simples flerte pode virar uma obsessão sexual incontrolável. Terríveis segredos serão revelados, e Brooke deverá lutar para manter-se sã, discernindo o que há de real e o que é pura ilusão em seus próprios sentimentos.”

            Gosto de histórias que começam rápido, que te prendem desde o começo, principalmente romances. Para uma história começar devagar e ir se desenrolando aos poucos, o autor precisa ser fantástico para conseguir te prender, e na maioria das vezes isso dá errado e acabo ficando desinteressada bem rápido. Por isso, quando uma narrativa como a de Real aparece, fico bem mais tranquila. A narrativa de Tate e Brooke já começa eletrizante e cativante, os traços da personalidade difícil de Remy já são vistos em sua primeira fala.
            A história se desenvolve bem rapidamente, sem muitos problemas a princípio. Desde o começo, Remy se mostra um homem difícil de lidar, quase uma fera impossível de ser domada. Ele não costuma falar muito de si mesmo e é bem fechado em sua própria violência e escuridão. Já Brooke é mais alegre, aberta e disponível para as pessoas. Ela sabe o que quer da vida e não se fecha em um grupo pequeno de pessoas. É determinada e corajosa, a vida não lhe foi muito amiga.
            Desde o primeiro encontro cara a cara, você sabe que a história de Remington e Brooke será avassaladora. Remington precisa de Brooke praticamente 24 horas por dia e sua obsessão só cresce na medida em que os dois personagens vão se conhecendo melhor e se aproximando mais. Enquanto ele vai se mostrando possessivo, charmoso e extremamente intenso, Brooke se revela encantadora, engraçada e apaixonada.
            Brooke se sente cada vez mais atraída pelo cometa Remington e descobre porque ele é mesmo chamado de Arrebentador. A cada cidade que ela viaja com ele na turnê ela se vê mais atraída por Remy e, inevitavelmente, apaixonada. Remington também não consegue deixar de demonstrar seu carinho por Brooke, e a atração mútua que eles sentem um pelo outro pode mudar todo o jogo.
            A história tem um potencial enorme e me prendeu desde a primeira página. Li o livro em pouco mais de um dia e, assim que terminei, procurei logo a continuação para comprar. Katy Evans é uma boa escritora, apesar de se prender de vez em quando a termos um tanto quanto infantis e pensamentos não muito maduros da parte de Brooke – o livro é narrado em primeira pessoa pela nossa heroína. A narrativa é um pouco voltada demais para a atração que Brooke sente por Remy e senti falta de alguns diálogos mais coerentes. Mas estaria mentindo se dissesse que isso atrapalhou a minha leitura. A narrativa se desenvolve bem rapidamente, a autora não se prende muito a eventos insignificantes ou diálogos desnecessários.
            O final é de partir o coração, só digo isso. Tanto positiva, quanto negativamente. Remington é, de fato, um homem com H maiúsculo que sabe cuidar de sua mulher e do que é dele. Ao longo da leitura, os personagens citam muitas músicas que, para o meu alívio, a autoria citou em forma de lista no começo do livro. Acho isso um bônus e algumas das canções são ótimas, principalmente a “All I Wanna Do Is Make Love To You” da banda Heart, que eu já conhecia na voz da banda Halestorm. Iris, da banda Goo Goo Dolls – com certeza adorada por muita gente – é a trilha sonora da história de Remy e Brooke.
            Real entrou na minha lista de queridinhos pela surpresa com que a narrativa me prendeu e pelo modo como Remy me cativou. Não consegui largar o livro até virar a última página e isso significa alguma coisa. Para aqueles que procuram um romance que prenda, com um herói imperfeito e intenso, Real é a pedida certa.


Real foi escrito por Katy Evans e publicado no Brasil pela editora Novo Século..


  
            Classificação: 5/5 estrelas.

“- Mas o que... – suspiro em confusão, e depois olho para um peito masculino suado, e ergo a vista para aqueles olhos azuis brilhantes. Meus sentidos quase ficam fora de controle. Ele está tão perto que seu cheiro se embrenha em meu corpo como uma injeção de adrenalina.
- Seu nome – ele rosna, ofegante, os olhos selvagens presos nos meus.
- Hã... Brooke.
- Brooke o quê? – ele devolve, as narinas dilatadas.
Seu magnetismo animal é tão poderoso que acho que ele roubou a minha voz. Ele está no meu espaço pessoal, tomado posse dele, me absorvendo, roubando meu oxigênio, e não consigo entender a forma como o meu coração está batendo, a maneira como estou aqui, tremendo com o calor, meu corpo inteiro focado no lugar exato em que sua mão está envolvendo a minha.”

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15:35 1 comments

Música do coração foi um daqueles livros que surgem na sua frente quando você na verdade estava na livraria por causa de outro. A sinopse chamou minha atenção e decidi dar uma chance ao primeiro livro da série.

“Para Abby Renard, o plano era para ser simples, se juntar a banda de seus irmãos na última etapa da sua turnê de verão, e decidir se ela está finalmente pronta para a ribalta, tornando-se o seu quarto membro. É claro que ela nunca imaginou que tropeçar no ônibus de turnê errado na Rock Nation, teria acidentalmente pousado-a na cama de Jake Slater, o notório vocalista mulherengo da Runaway Train. Quando ele a confunde com uma de suas groupies, Abby rapidamente esclarece que ela com certeza não está na sua cama de propósito.
Jake Slater nunca imaginou que o anjo que caiu na sua cama iria resistir a seus encantos, no mesmo instante o deixou de joelhos. Naturalmente, o fato de que ela parece uma menina certinha do coro poderia ser qualquer coisa, menos o tipo dele. Então, ele esta mais do que surpreso quando, depois de apostar com Abby que ela não duraria uma semana no seu ônibus de turnê, ela esta mais do que disposta a provar que ele estava errado. Com a vida pessoal de Jake implodindo a sua volta, ele encontra uma improvável aliada em Abby. Ele nunca conheceu uma mulher que pudesse conversar, brincar, ou o mais importante fazer música com ela.
Quando a semana começa a chegar ao fim, nem Abby, nem Jake estão prontos para seguir em frente. Pode uma cantora de Country querida e um bad boy do rockn’roll, de verdade, terem um futuro juntos?”

            A minha impressão durante a leitura, é de que o livro é uma misutra de Entre o agora e o nunca e Belo desastre. Entre o agora e o nunca por conta da viagem nas estradas e do crescente envolvimento dos protagonistas. Belo desastre por causa da personalidade de Jake, que me lembrou um pouco o Travis.
            O enredo é bem desenvolvido e te prende logo no começo. Li o livro em um dia porque simplesmente não consegui parar de ler. Cada final de capítulo te faz querer virar a página e começar outro e outro e outro. A narrativa não é nada complexa, mas é deliciosa e engraçada, do tipo que vai te fazer rir várias vezes enquato passa as páginas e sorrir com os pensamentos cômicos de Jake e Abby.
            A história é um pouco juvenil levando em conta a facilidade com que Abby decide ficar num ônibus com roqueiros que ela nunca viu e que estão em turnê e o jeito que seus irmãos aceitam aquela situação.
            A história é narrada por Jake e Abby, cada capítulo sendo narrado por um deles. Os protagonistas são extremamente diferentes, suas personalidades não deveriam bater de maneira alguma, mas de algum jeito é isso o que faz o relacionamento e a amizade dar muito certo.
            Apesar de achar bem estranho no começo, adorei a maneira como os outros integrantes da banda passaram a proteger Abby como se ela fosse uma deles. Cantadas e insinuações a parte, eles se tornaram bons amigos e a convivência se torna mais fácil e engraçada. Gostaria que a autora tivesse explorado um pouco mais a semana que Abby passa no ônibus com os homens, pois alguns dias passaram praticamente em branco. Também gostaria que o relacionamento de Jake e Abby tivesse evoluído um pouco mais lenta e detalhadamente.
            A narrativa é muito divertida. As brigas e discussões do casal me fizeram rir e gostei bastante de como mesmo depois de terem se tornado um casal, isso não mudou. A autora escreve bem apesar de em alguns momentos parecer um pouco infantil na maneira como descreveu os pensamentos dos protagonistas. Alguns deles são imaturos no que diz respeito aos pensamentos de Jake por exemplo, mas nada que tenha me incomodado muito. Por ser narrada em primeira pessoa, a história não capta muitos detalhes, ela se foca mais nos sentimentos e ações de Abby e Jake.
            Nos últimos capítulos tive a impressão de que o livro estava terminando muito rapidamente, mas como sei que Abby e Jake vão aparecer com certeza nos próximos livros, não me importei muito. O final foi emocionante e sutil.
            Com certeza vou ler os próximos volumes da série pelo simples fato de que os outros integrantes da banda Runaway Train terão seu livro e sua história. O próximo livro girará em torno de AJ, o integrante mais engraçado da Runaway.
            Música do coração é um livro para quem gosta de romance e de livros deliciosos. Para ser lido em um dia enquanto aproveita o restinho das férias.

Música do coração foi escrito por Katie Ashley e publicado no Brasil pela editora Pandorga.


            Classificação: 4/5 estrelas.



“- Você me deixou excitado e desnorteado. Vais me deixar assim, insatisfeito?
Seu peito subia e descia com a respiração pesada.
- Você citou Romeu e Julieta?
- Por que a surpresa?
- Você não parece o tipo de cara que gosta de ler, muito menos Shakespeare.
- Sou cheio de surpresas, Anjo. – Minhas mãos apertaram seu quadril.
Abby revirou os olhos.
- Jura qye acaba de usar essa cantada ruim em mim?
- Quem disse que era uma cantada? Talvez eu queira que você me conheça melhor? – Ela ergueu a sobrancelha e eu ri. – E não “conhecer” no sentido bíblico.
- Com tudo o que sabe sobre mim e mesmo não tendo sexo envolvido, ainda quer me conhecer?
Assenti, mesmo sem entender as razões.
- Sim, eu quero.

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16:28 9 comments

Estava precisando ler um livro mais leve, algo para passar o tempo. No meio de tanta confusão e falta de tempo buscava um bom livro que pudesse tirar minha mente do cotidiano. Apesar da história de “A verdade sobre nós” não ser o tipo que escolho assim de primeira, decidi arriscar justamente por isso. Me surpreendi.

“Madelyn Hawkins está cansada. Cansada de ser sempre perfeita. Cansada de tirar A em tudo. Cansada de seguir à risca os planos que os pais fizeram para ela. Madelyn Hawkins está cansada de ser algo que não é, algo que não quer ser. E então ela conhece Bennet Cartwright. Inteligente, sensível, engraçado. A seu lado, ela se sente livre e independente. Uma história que poderia muito bem ter um final feliz, não fosse por um detalhe: Maddie tem apenas 16 anos, e Bennet, além de ter 25 anos, é seu professor. Pressionada pelos pais a participar de um programa para jovens talentos, Maddie pula dois anos do Ensino Médio e vai direto para a faculdade, onde conhece e se apaixona pelo professor de biologia. O sentimento é recíproco, e para dar uma chance àquele novo relacionamento que lhe faz tão bem, ela decide não contar para Bennet sua idade. Não demora muito para que as coisas comecem a dar errado, e as consequências da farsa de Maddie ganham contornos devastadores quando a verdade vem à tona.”

            Tinha uma ideia formada quando comecei a ler o livro e me enganei completamente. Pensei que seria mais um clichê de romance entre aluna e professor e que seria tudo muito fofinho e água com açúcar. Só o modo como a história é narrada já mudou tudo.
            O livro não é narrado em terceira pessoa. A história é toda contada através da personagem principal, Madelyn. Mas não é só isso. O livro é uma carta que ela escreve para Bennet contando sua versão da história deles, explicando seu ponto de vista e demonstrando seus sentimentos mais profundos em relação ao relacionamento deles. O livro conseguiu me prender desde a primeira página justamente por ser um método novo de narrar uma história. É muito comum lermos por aí livros que têm algumas cartas no meio da narrativa ou troca de e-mails, mas eu nunca tinha lido um que é um pedido de desculpas direto para o herói da história.
            Madelyn também me surpreendeu. Tinha em mente que ela seria uma adolescente um pouco imatura e ingênua, mas ela se mostrou o contrário disso. A maneira como ela se comportou com Bennet e lidou com a situação em alguns momentos mostrou que ela realmente parecia mais velha do que realmente era. Em alguns momentos, por outro lado, Madelyn se mostrou inocente. Ela deveria saber que a honestidade é o melhor caminho em um relacionamento e que um relacionamento entre aluna e professor pode ter consequências indesejadas.
            Bennet também foi uma surpresa boa. A maneira inteligente e educada com que ele lidou com a situação me cativou. Ele se provou muito responsável e respeitoso com Madelyn, mesmo não sabendo de sua idade. Mesmo depois disso, penso que ele agiu corretamente. Sempre impondo limites quando necessário, Bennet é um homem gentil e honesto que não merecia ter sido enganado pela garota que ele se apaixonou.
            A história se desenvolveu de maneira bem fácil e rápida. Comecei a ler “A verdade sobre nós” de noite e terminei logo na manhã seguinte. A leitura flui da maneira bem leve e envolvente, uma vez que Madelyn conta a história apenas com os detalhes necessários e relevantes. A história é mais voltada para o ponto de vista de Madelyn do que para a narrativa dos acontecimentos em si. Isso também ajudou a fazer a leitura se desenvolver rapidamente.
            O final me agradou; não foi nada clichê. A autora soube como criar uma expectativa A e escrever um final B que surpreendeu a todos. Gostei de ver a paixão de Madelyn por Bennet até a última página do livro sem se submeter a um linguajar infantil ou recheado de fórmulas prontas. O final fez todo o livro valer a pena apesar de ser surpreendente em vários aspectos – sem spoilers.

            A verdade sobre nós é um livro pequeno (tem pouco menos de 200 páginas), fácil de ser lido, rápido e envolvente. Você vai virar página por página querendo saber o que vai acontecer em seguida com o relacionamento de Madelyn e Bennet. É um livro perfeito para tirar a mente da rotina um pouco e se encantar por uma paixão proibida.  




A verdade sobre nós foi escrito por Amanda Grace e publicado no Brasil pela editora Intrínseca..

            Classificação: 4/5 estrelas.

“Nunca vou entender por que você reparou em mim, com uma garota como aquela sentada a meu lado. Passei a vida toda sendo invisível por causa de garotas assim. Garotas que destilam o tipo de sensualidade que eu não consigo fingir nem em frente ao espelho do banheiro.
Mal talvez o mundo real seja diferente. Não vi o bastante para ter certeza. Com certeza parecia diferente quando estávamos juntos.
[...]
Não sei se foi amor à primeira vista. Você acredita nisso, em amor à primeira vista? Queria ter feito essa pergunta semanas atrás, quando tive oportunidade. Queria ter feito essa pergunta dias atrás, quando estávamos um nos braços do outro.”


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Laura Brand. Editora, jornalista, produtora de conteúdo e apaixonada por contar histórias. É apaixonada por livros e acredita que cada página guarda uma história incrível que merece ser contada. Atualmente você pode encontrá-la falando sobre narrativas por aí, contando histórias escritas e ajudando a transformar sonhos em livros.

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