Resenha: Somos Guerreiras

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Você se mostra para os outros do jeito que realmente é? Ou tem alguma representante se mostrando por você? Esse é o foco do livro Somos Guerreiras, de Glennon Doyle Melton, uma pequena biografia sentimental e emocionante.
Para mulheres inseguras ou confiantes, receosas ou corajosas, lindas ou bonitas, esse livro é para todas. Quer saber o que eu achei da leitura? Confira a resenha:

“Um marido lindo e atencioso, filhos encantadores, o reconhecimento pelo sucesso profissional. O que mais Glennon poderia querer? A resposta é: mais, muito mais. Ela queria não ter tantas dúvidas, queria se comunicar melhor com o marido, queria apagar de sua história a bulimia e o alcoolismo, queria se encaixar nos padrões... queria que o marido não a tivesse traído e que o casamento não tivesse se revelado uma tábua de salvação tão fracassada.

Mas o que parece a maior das tragédias, acaba se tornando a grande chance de Glennon. A crise conjugal traz à tona seus velhos demônios e a obriga, pela primeira vez, a encarar francamente as questões que antes foram apenas sublimadas. Enquanto todos cobram dela uma decisão sobre o possível divórcio, Glennon se volta para si mesma em busca da própria voz: não a da jovem perfeita que ela um dia quis ser, não a da esposa cujo relacionamento fracassou, não a da mãe abnegada, mas, sim, a voz da mulher de verdade que sempre existiu por trás de todos esses papéis.”


FICHA TÉCNICA 

Título: Somos Guerreiras
Autora: Glennon Doyle Melton
Ano: 2017
Páginas: 320
Idioma: Português
Editora: Intrínseca
Nota: 5/5
Compre: Amazon / Saraiva



Somos Guerreiras é dividido em três partes definidas de acordo com fases da vida de Glennon. Na primeira ela conta sua história desde o começo, literalmente. Com pequenos comentários sobre seu álbum de bebê, análises de seus primeiros anos e uma visão geral sobre sua infância, ela reflete sobre como padrões de beleza sempre a cercaram mesmo durante o começo de sua vida. Ela fala sobre como isso afetou sua forma de ver o mundo, sua forma de lidar com as pessoas e consigo mesma.

Nas páginas de seu livro, Glennon nos arrasta para sua infância e adolescência conturbadas por conta de medos e inseguranças que a moldaram até se tornar a adulta que é hoje. Ela fala de seu problema com a bulimia desde nova quando percebeu que a sociedade criava uma pressão forte e invisível para que as mulheres fossem magras e perfeitas. Glennon conta como seus problemas foram se tornando casa vez mais presentes e gritantes até se tornar alcoólatra e deprimida.
Ao longo de todo a narrativa, Glennon discorre sobre nossas “representantes”, que seriam as pessoas que fingimos ser, quem mostramos para os outros. Ela aprendeu a usar essa expressão em sua adolescência quando tentava incansavelmente se encaixar nos grupinhos da escola e encontrar seu lugar nesse terreno maldoso e cruel. Sua reflexão a respeito de nossas “representantes” me fez pensar bastante sobre os papéis que nos prestamos a cumprir apenas para sermos mais aceitas por pessoas que realmente não nos conhecem de verdade.
É triste como, com o passar do tempo, nossas “representantes” acabam por tomar nosso lugar e corremos o risco de nos esquecermos de quem realmente somos, do que gostamos de verdade, daquilo que nos faz únicas e especiais.

“Muito jovem, olhei para esse mundo assustador e concluí que eu era um caso perdido, que era diferente demais para arriscar revelar a minha verdadeira identidade. Eu me sentia fraca demais para sobreviver à dor que sabia ser o preço do amor. Então, eu me escondi.”


Já adulta, Glennon decidiu colocar para fora toda a sua angústia e contar sua história de sofrimento e distúrbios. Sem pensar muito ela decide postar na internet um de seus desabafos e, em questão de horas, recebe dezenas de mensagens, compartilhamentos e comentários de mulheres que passam ou passaram pela mesma coisa e se identificaram de alguma forma com as palavras de Glennon.
A partir de então ela decide escrever constantemente e suas palavras acabam rendendo um blog popular e um livro de autoria própria.

Nas páginas seguintes ela fala sobre seu problema com os homens, seu relacionamento com os pais e a irmã, seu casamento, sua gravidez, seu constante processo de crescimento pessoal e cura. Glennon escreve de um jeito tão impactante que é difícil não se sentir afetada por suas palavras. Ela escreve sem filtros, mesmo quando fala a respeito de seu marido e de seus pensamentos em relação ao casamento e seus filhos. É impressionante e inspirador acompanhar sua trajetória de lutas diárias.


“Achamos que nossa função como seres humanos é evitar a dor, que nossa função como pais é proteger nossos filhos da dor e que nossa função como amigos é acabar com a dor uns dos outros. Talvez seja por isso que nos sentimos fracassados com tanta frequência – porque todos recebemos a descrição errada da função do amor.”


É interessante mencionar que, a princípio, pensei que Somos Guerreiras fosse ser um livro de autoajuda e estava curiosa para me aventurar nesse gênero porque ainda não li muitas narrativas semelhantes. Entretanto, o livro nada se parece com autoajuda. Glennon escreveu um livro extremamente pessoal, com choques de realidade a todo instante, um tapa na cara atrás do outro em cada página virada. Ela não dá conselhos ou procura encontrar uma solução milagrosa para o leitor (ou a leitora) que estiver passando pelo mesmo problema. Glennon faz reflexões pessoas de experiências vividas por ela e como cada momento afetou sua forma de ser e de pensar.

Sua narrativa me fez repensar muitos pensamentos que já estavam quase enraizados em minha mente. Glennon procura mostrar que todos carregam dentro de si uma carga emocional pesada e diversa e que é preciso enfrentar nossos demônios para conseguirmos se plenamente felizes.

Somos Guerreiras é um livro extremamente sensível e profundo. Glennon consegue arrancar sua pele e mostrar quem é de verdade e, no processo, nos desperta a vontade de fazer o mesmo.

Se você gostou da resenha e quer conhecer outro livro com uma temática de autoconhecimento, venha conferir a resenha do incrível Uma vida no escuro.


“Enquanto todos ao redor desmoronam, as mulheres ficam ao lado dos doentes e cuidam dos fracos, colocam comida na mesa, carregando nos ombros a tristeza, a raiva, o amor e a esperança de suas famílias. Elas continuam presentes, lutando por suas vidas e por sua gente, mesmo quando tudo está contra elas e o peso do mundo está em suas costas. Nunca param de cantar canções sobre a verdade, o amor e a redenção, mesmo diante do desespero. São cocriadoras incansáveis, ferozes e inflexíveis ao lado de Deus, e criam mundos lindos do nada. As mulheres foram Guerreiras esse tempo todo?”




Gostou da resenha? Já leu o livro ou ficou com vontade de ler? Então não esqueça de deixar uma curtida ou um comentário ;)

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