Resenha: Garotas em Chamas

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 C.J. Tudor é o novo fenômeno dos apaixonados por thrillers. A autora de O Homem de Giz fez barulho em sua estreia, tendo conquistado um público fiel que continuou acompanhando seu trabalho em O que aconteceu com Annie e As Outras Pessoas. Agora, C.J. retorna com seu mais novo lançamento: Garotas em Chamas. Saiba mais! 

"Há muito tempo uma história sinistra é contada na pequena Chapel Croft. Cinco séculos atrás, mártires protestantes foram traídos, e então queimados. Trinta anos atrás, duas adolescentes desapareceram sem deixar vestígios. E há algumas semanas, o responsável pela paróquia local se enforcou na nave da igreja.

A reverenda Jack Brooks, mãe solteira de uma jovem de quatorze anos, chega a esse vilarejo em busca de um recomeço. Em vez disso, encontra um lugar tomado por conspirações e segredos, e é recebida com um estranho pacote de boas-vindas: um kit de exorcismo e um bilhete: Não há nada escondido que não venha a ser descoberto.

Quanto mais Jack e sua filha, Flo, exploram a cidadezinha e conhecem seus estranhos moradores, mais as duas se aprofundam em feridas antigas, mistérios e suspeitas. E, quando Flo começa a ver meninas ardendo em chamas, fica evidente que há fantasmas por ali que se recusam a descansar em paz."


FICHA TÉCNICA
Título
: Garotas Em Chamas
Autora: C.J. Tudor
Páginas: 352
Ano: 2021
Editora: Intrínseca
Nota: 4
Compre: Amazon 
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA


A pequena cidade de Chapel Croft guarda uma história interessante, para dizer o mínimo. Garotas em Chamas são bonecas de gravetos características do lugar, são feitas para homenagear os Mártires de Sussex - oito pessoas queimadas na fogueira durante a expurgação de protestantes (1553-58) da rainha Mary. Duas garotinhas estavam entre os mártires. Essas Garotas em Chamas são incendiadas em uma cerimônia que acontece todos os anos no aniversário da perseguição. Uma tradição que, para algumas famílias, significa uma honra, enquanto para outras é um símbolo de violência e tradicionalismo. 


Cidades pequenas vivem por suas tradições, muitas delas se remetendo às famílias mais antigas do local. Muitas vezes a história dessas cidades é contada pela história dessas famílias. Esse é o caso de Chael Croft e de seus habitantes. Quando Jack Brooks, nova reverenda designada para atuar na região, e sua filha de 15 anos chegam à cidade, elas precisam lidar com o conflito de gerações, o estranhamento do vilarejo ao receber uma mulher para atuar como vigária em um lugar tão antiquado, e acontecimentos macabros. 

O livro já começa inquieto, somos apresentados a acontecimentos arrepiantes e instigantes desde a primeira página. Garotas em Chamas brinca com o sobrenatural e o suspense a cada parágrafo e se mostra uma leitura fácil e rápida logo de cara. A ambientação é feita de imediato e o livro conta com muitos diálogos para fazer fluir a história. É um livro pouco descritivo e pouco complexo, o que faz com que seja facilmente assimilado por leitores que estão começando a se aventurar no gênero. 


Todos os capítulos terminam com cliffhangers, além de serem bem pequenos, com pouco mais de cinco, seis páginas, o que faz com que aquela vontade de ler "só mais um capítulo" surja o tempo todo. Foi um livro que li em duas tardes, durante os sprints de leitura lá na Twitch


Garotas em Chamas é meu primeiro contato com o trabalho de C.J. Tudor e me deixou bem curiosa para conferir seus outros livros e histórias. Além de explorar bem o suspense, a autora também traz alguns assuntos ao longo da narrativa que tornam a leitura mais interessante, mesmo que abordados de forma superficial. C.J. Tudor, por meio da narração da protagonista, reflete sobre o conservadorismo, o apego a tradições, fanatismo religioso e a presença feminina em espaços tradicionalmente masculinos. 

Uma das características que me faz gostar ou não de um thriller é sua capacidade de me deixar no limiar entre a curiosidade e o medo, aquele calafrio na espinha ao suspeitar de que a próxima página pode mudar tudo o que você considerava como certeza ou, de forma assustadora, confirmar um palpite arrepiante. Garotas em Chamas me deixou assim e me fez relembrar porque gosto tanto de livros de suspense e porque sinto tanta falta dos bons. 


Entretanto, alguns elementos me incomodaram e me deixaram um pouco decepcionada com a leitura. O comportamento de alguns personagens se apega aos clichês de livros do gênero, fazendo com que algumas cenas se tornassem extremamente previsíveis. A inconsistência na personalidade de alguns também deixa a desejar, assim como algumas resoluções fáceis demais. A reviravolta no final foi um dos pontos altos para mim e compensou alguns furos do começo. 

Garotas em Chamas é uma boa porta de entrada para os livros de C.J. Tudor e é uma boa recomendação para quem busca um suspense rápido de ler e fácil de ser fisgado logo de cara. O livro já vai virar uma série e tem tudo para ser uma das boas. 

Gostou do livro e gostaria de outra recomendação de um suspense arrepiante? Então conheça Por trás de seus olhos!


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