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20 de out. de 2018

Resenha: Declarar


A trilogia Espiral do Desejo, de Nina Lane, foi um dos meus achados favoritos do gênero romance nesse ano. Fazia algum tempo que eu buscava uma história de amor apaixonante e viciante, que me fizesse devorar as páginas e sentir uma conexão com personagens fictícios como tantos romances fizeram anteriormente. Declarar encerra a história de Liv e Dean de uma maneira que, mesmo encantadora, deixa a desejar.

"O casamento de Dean e Olivia West sobreviveu a segredos, desilusões e uma tragédia devastadora, persistindo mais forte do que nunca apesar das mais inimagináveis ameaças, até que uma simples mentira inventada por uma pessoa cruel e vingativa se mostra capaz de colocar tudo a perder.
Separado de seu lar pelo oceano Atlântico, Dean comanda uma escavação na Itália enquanto luta para salvar sua vida profissional. Mas a distância de sua esposa e do mundo à parte que construíram juntos é mais difícil do que ele imagina, principalmente quando ele descobre que Liv está passando por uma crise vinda do passado – um passado terrível do qual ele sempre tentou salvála... Mais forte e confiante do que nunca, Liv está determinada a andar com as próprias pernas e, acima de tudo, defender seu marido daqueles que desejam derrubálo. Mas a visita inesperada de sua mãe traz à tona uma série de questões mal resolvidas que a assombram há anos.
No último e mais explosivo volume de Espiral do Desejo, Dean e Liv terão que superar os obstáculos mais difíceis de suas vidas enquanto respondem à clássica pergunta: há, afinal, força maior do que a de um grande amor?"


FICHA TÉCNICA


Título: Declarar (Espiral do Desejo #3)
Autora: Nina Lane
Ano: 2018
Páginas: 320
Idioma: Português
Editora: Paralela (Grupo Companhia das Letras)
Nota: 3.5
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA

Em Declarar, Liv e Dean decidiram se manter afastados devido aos sentimentos intensos que cegavam suas ações. Desejar, segundo volume da trilogia, acabou de um jeito doce e necessário, gostei da forma como a autor quis mostrar que o casal se ama de tal forma que respeita seu espaço, mesmo que esse espaço seja longe um do outro por um tempo. Senti que foi uma forma madura de tratar um desentendimento sem abrir mão do amor e do companheirismo. Achei que isso seria melhor explorado em Declarar, mas não aconteceu.

O fator distância é rapidamente eliminado e o que antes era a questão central, fica em segundo plano. O maior problema se torna a falsa denúncia de assédio sexual por parte de Maggie, uma das alunas de Dean, e a história ganha outro foco bem diferente, caindo em clichês e desperdiçando algumas oportunidades valiosas de ser um romance sobre um aspecto da relação marido e mulher da forma intensa como estamos acostumados a ler em romances do gênero.

"Mesmo a milhares de quilômetros de distância, consigo sentir meu marido. Sinto seus pensamentos roçando minha pele, as batidas de seu coração em sincronia com as minhas. Eu o sinto no mundo, uma presença poderosa e inescapável que sempre vai ser minha fonte de segurança e afeto. Por causa disso, a distância entre nós não parece tão vasta, e não pareço tão só em minha solidão." Página 11


Apesar de ainda ter lido o livro com extrema facilidade, senti que a magia da trilogia se perdeu um pouco. Despertar começou de uma forma diferente, intensa e absolutamente viciante, o que diminuiu um pouco com Desejar e foi se esvaindo em Declarar.

Senti que a trilogia se encerrou com muitas pontas soltas e resoluções não muito elaboradas. Os conflitos interiores que antes eram o ponto central de todo o desentendimento dos protagonistas se perdem um pouco, o que faz com que o leitor tenha a impressão de que está lendo histórias razoavelmente diferentes dentro de uma mesma trilogia.


"'Estou para sempre aos seus pés, Olivia Rose', murmurei pouco antes de nossos lábios se encontrarem. 'Vou mover céus e terras para proporcionar o que você quiser, quando quiser.'
'Ah, Dean.' Ela pôs a mão no meu rosto. 'Não preciso de nada além de você.'
E então veio o beijo, uma harmonia perfeita de estrelas e planetas que fez com que o universo recomeçasse para mim." Página 81

As cenas de sexo também ficaram mais fracas se comparadas ao primeiro e segundo livro da trilogia. Apesar de ter descrições de momentos eróticos a todo momento, senti que tudo ficou muito automático, sem explorar muito a própria sexualidade dos personagens. Existe uma quantidade grande de cenas de sexo, como é normal em romances do gênero, mas elas são, em sua maioria, rápidas e repetitivas. No primeiro volume da trilogia elas eram mais intensas e prendiam mais a atenção. Um bom exemplo de romance erótico com cenas bem construídas e viciantes é Os Números do Amor, de Helen Hoang. Senti que Nina Lane poderia ter explorado um pouco mais essas cenas para que elas conseguissem representar melhor a intensidade do amor de Liv e Dean.

O relacionamento dos dois me remeteu bastante à série Crossfire, com Dean representando a possessividade e intensidade de Gideon Cross. Entretanto, acredito que ele poderia ter sido trabalhado um pouco melhor para que não perdesse as características que o diferenciavam de qualquer outro personagem.

Enquanto Liv teve um desenvolvimento melhor, mais bem pensado e visível, Dean foi ganhando destaque como narrador, mas perdendo como protagonista forte. Os papéis se inverteram de uma forma não natural e um pouco confusa.


Mesmo com os pontos fracos de Declarar, a trilogia Espiral do Desejo é uma excelente indicação para fãs de romances eróticos. É fácil se apaixonar pela história de amor de Liv e Dean e de se sentir tentada a continuar lendo mais sobre os personagens e mergulhar mais no seu romance. É uma daquelas leituras para devorar de uma vez e se encantar mais uma vez por histórias de amor intensas e profundas.

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"Fácil. Tudo é fácil e natural com ela, minha fada da luxúria, minha linda esposa. Desejá-la é como respirar. A necessidade dela flui no meu sangue. O amor que sinto é o que faz meu coração bater, e sempre vai ser." Página 265


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